Vejam a apresentação em slides e o comentário deste texto em E-livros/ PPS
Link: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/586816
Famigerada
Onde está aquele objeto tão útil?
Onde colocaram a famigerada
que me acompanha toda manhã?
Panela vagabunda,
companheira de uma rotina sem fim.
Panelas, papéis, botões...
Acende e apaga a luz.
Todo dia eu apago e acendo luzes!
Os dias se passam....
...Eu vou passar também.
Era tudo tão rápido e incansável,
e aqui me vejo, também forte,
mas não tão rápida.
O que deixo de meu pedaço aqui nesta casa?
Os chinelos?
A família?
O que deixo de mim no meu ninho?
Estou com vontade de correr até o fim da rua,
pelada,
gritando minhas carências,
que é pra ver quem vai me acompanhar.
Aí, sentei cansada para recordar a minha vida
que passou por meus olhos.
Passaram correndo a minha juventude
e o coração forte de desilusões.
E aquele amor perdido que dói fundo,
como um fado chorando os cravos da terra natal...
Saio do meu corpo e vôo
para o que não posso alcançar.
Mas, está ali tão perto!
Amanhã eu vou ficar pelada e vou gritar!
Vai, mulher!
Viaja, pega força com a vida e volta pra mim.
Mas, agora é hora de encontrar aquela que me carrega...
Pintura: A cozinheira, de Johannes Vermeer
Link: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/586816
Famigerada
Onde está aquele objeto tão útil?
Onde colocaram a famigerada
que me acompanha toda manhã?
Panela vagabunda,
companheira de uma rotina sem fim.
Panelas, papéis, botões...
Acende e apaga a luz.
Todo dia eu apago e acendo luzes!
Os dias se passam....
...Eu vou passar também.
Era tudo tão rápido e incansável,
e aqui me vejo, também forte,
mas não tão rápida.
O que deixo de meu pedaço aqui nesta casa?
Os chinelos?
A família?
O que deixo de mim no meu ninho?
Estou com vontade de correr até o fim da rua,
pelada,
gritando minhas carências,
que é pra ver quem vai me acompanhar.
Aí, sentei cansada para recordar a minha vida
que passou por meus olhos.
Passaram correndo a minha juventude
e o coração forte de desilusões.
E aquele amor perdido que dói fundo,
como um fado chorando os cravos da terra natal...
Saio do meu corpo e vôo
para o que não posso alcançar.
Mas, está ali tão perto!
Amanhã eu vou ficar pelada e vou gritar!
Vai, mulher!
Viaja, pega força com a vida e volta pra mim.
Mas, agora é hora de encontrar aquela que me carrega...
Pintura: A cozinheira, de Johannes Vermeer