Quando...
Quando os braços entregam-se ao abraço e lábios deliciam-se em beijos...
Quando a voz acalma, conforta... Os olhos extasiam-se com o que vê, o que sente, o que saboreia...
Quando a razão aponta-se; o desejo implora... A verdade apavora!
Quando as asas esboçam o voo; que pode ser concretizado, esperado, alimentado, inventado ou descartado...
Quando o nó na garganta pede liberdade, alívio, desprendimento, desapego...
Quando a palavra vibra em oração, o canto vira paixão, o desejo... Sedução...
Quando lágrimas tentam apagar a dor da alma, clamam alívio... Buscam o perdão...
O coração pulsante fantasia-se em planícies verdejantes, bate em ritmo alucinante!...
Aflora um sonho gigante, confundem-se emoções!... Fluem cascatas em profusão!... Pura excitação!...
No escuro da solidão, uma estrela ilumina o chão, alguém chama! Carrega pela mão...
Segue o destino do mar... A brisa é a mais fresca que há!... O vento sussurra algo ao passar... Ao toque, a pele faz-se arrepiar... Os cabelos embalam agradecidos, os leves afagos do ar... O momento enobrece, enaltece em perfeita harmonia! Sensível sintonia!...
Veja o mar!... Convida-nos a amar, brincar, desejar, curtir as delícias peculiares, que existem no doce calor de se deitar na areia... Deixar-se levar, leves, para se unir ao mar!
No interior dos interiores, tudo se funde. O que era único já não existe mais. Seres entregam-se de corpo e alma!... Único corpo! Única alma!...
A leveza do momento espelha-se, na suavidade das ondas, que chegam e partem trazendo segredos, outros sendo levados...
As espumas que chegam através das ondas, brincam indiferentes; cumprindo sua afável missão.
O pequeno grão de areia sente-se grande. Integra-se à vastidão plena, da criação universal...
As pedrinhas saltitantes, alegres festejam o ritmo sublime da cinesia; do gostoso vai e vem... Momento de integração, cumplicidade, parceria... Perfeita coesão!...
O tempo inexiste, a vida insiste...
Canta a ave, surge um novo dia!... O sol mostra-se!
O dia pede ação. A vida, reação! Renasce, às vezes colorida, outras não!...
Nos passos da resenha, movimento infindo que alimenta, sustenta, abastece, enaltece, resplandece, agradece, surpreende!...
Sigo o voo da minha ave. Adentro meu ser sonhador!...
É aí que está meu ninho... Multicor, incolor, alegre, triste, frio, quente, sutil, pesado... Oscilando entre a coragem e a fragilidade... Sensibilidade e dor!
Empresta-me suas asas, meu querido beija-flor... Contigo, arriscarei um voo mais alto, confiante, terno e salutar. Suas asas inspiram-me, a nunca deixar de sonhar...
Na imensidão do tudo, o sonho ainda é o que me consola. A viagem abastece-me. A fé insiste em acompanhar-me. A esperança a incentivar-me...
Nós existimos!... Que seja de carne e osso, ou na essência da alma!...
Por enquanto, dentro dessa enorme bolha, de ilusão!!!!
E que tremenda ilusão!...