AS QUIROMANTES DO VIADUTO
Quando residia na capital, ao aproximar o final do ano, geralmente cruzava o Viaduto do Chá. Isso já uns bons tempos. Era só para consultar as diversas senhoras que ficavam ali – existem ainda? – vestidas de cigana e em troca de algumas cédulas se dispunham a ler a sorte da gente pelos traços da mão. Consultava umas três, para assegurar da certeza do prognóstico para o ano vindouro. Geralmente era repleto de otimismo. Ao chegar ao Metrô São Bento a alma estava leva e disposta a enfrentar a luta diária naquela selva de cimento.