O QUE NÃO QUER CALAR...
Na noite em que os sinos tocam, me enclausuro. No pipocar dos foguetes, sou só silêncio. Nas gargalhadas que se fazem ouvir na madrugada, volto-me para dentro de mim. E me pergunto: o que vale à pena ainda nesta vida? Na internet passam por mim crianças africanas esqueléticas, que nem forças têm para pedir solidariedade. Nos noticiários, os motoristas descuidados atingem duramente o Natal de tantas famílias. Nas grandes cidades o morador de rua bebe mais um trago e os adolescentes, crianças ainda, assinam sua morte na droga que alucina. Famílias separadas, gente mal amada, Terra devastada.
Sei que posso parecer estraga prazeres, afinal é tempo de festa, é uma semana inteira de festejos e eu me ponho como o advogado do diabo a lembrar as tragédias anunciadas. Mas não é assim a vida neste Planetinha que se acha único na imensidão universal? Tento me convencer que não, mas não me convenço. O ego humano é muito inflado ainda para que o homem admita que, na hierarquia das coisas vivas do Universo, talvez não estejamos numa escala muito superior a das formigas.
Giustina
(imagem Google)
Na noite em que os sinos tocam, me enclausuro. No pipocar dos foguetes, sou só silêncio. Nas gargalhadas que se fazem ouvir na madrugada, volto-me para dentro de mim. E me pergunto: o que vale à pena ainda nesta vida? Na internet passam por mim crianças africanas esqueléticas, que nem forças têm para pedir solidariedade. Nos noticiários, os motoristas descuidados atingem duramente o Natal de tantas famílias. Nas grandes cidades o morador de rua bebe mais um trago e os adolescentes, crianças ainda, assinam sua morte na droga que alucina. Famílias separadas, gente mal amada, Terra devastada.
Sei que posso parecer estraga prazeres, afinal é tempo de festa, é uma semana inteira de festejos e eu me ponho como o advogado do diabo a lembrar as tragédias anunciadas. Mas não é assim a vida neste Planetinha que se acha único na imensidão universal? Tento me convencer que não, mas não me convenço. O ego humano é muito inflado ainda para que o homem admita que, na hierarquia das coisas vivas do Universo, talvez não estejamos numa escala muito superior a das formigas.
Giustina
(imagem Google)