A menina e o natal
Natal bom era no meu tempo de criança.
Colocava meu vestido mais bonito, prendia os cabelos no estilo Maria-chiquinha e na frete do espelho me achando linda,pedia a Jesus que Noel não esquecesse de mim e das outras crianças.
A árvore era um pinheiro natural que eu achava enorme onde minha avó colocava bolas coloridas,anjos e luzinhas piscantes, enquanto meu avô ao piano cantarolava músicas natalinas.No final havia um sorteio disputado pra ver quem colocava a linda estrela no topo da árvore toda iluminada.
O presépio com peças em miniatura, contava todo o nascimento de Jesus e o que mais me encantava, era ver o menino na pequena manjedoura imaginando porque uma pessoa tão importante não tinha casa -coisa de criança.
Acreditava na existência de Noel e na minha carta, pedia o presente desejado e que ele lembrasse de todos da família.
Embaixo da árvore colocava os sapatos para que o bom velhinho fizesse a entrega correta e se possível, que fosse logo.
Não podia faltar a deliciosa rabanada da vovó polvilhada com açúcar, canela e a presença aconchegante dos amigos e parentes.
Eu ficava inquieta querendo dormir logo pra na manhã seguinte encontrar encima dos meus sapatos, o presente desejado.
Algumas vezes, acordava no meio da noite com a esperança de ver Noel, mas ele era mais esperto e nunca aparecia quando eu levantava.
No outro dia, pulava da cama, corria pra sala e lá estava, a magia do natal em forma de presente.
Atualmente essa magia acabou, afinal, era apenas um sonho, papai Noel só existia na imaginação abençoada de uma menina sonhadora, de uma época feliz, onde os sonhos eram imaginados e permitidos...