O APAGAR DAS LUZES DE UM ANO SOMBRIO E O ACENDER DAS LUZES DE NOSSO INTERIOR.
Na encruzilhada de 2015 para 2016 havia certa esperança de que o ano vindouro se desenharia promissor. Aliás, essa é a onda de expectativa que se agrupa em todo final de ano. As pessoas, nas suas índoles de esperança lançam bons presságios para o futuro. Em face disso sempre apostam em dias melhores para o futuro.
Na passagem deste ano, há mais alívio do que esperança nos corações dos brasileiros. Alívio por termos enfrentado um ano sombrio, mas que já está em vias de se encerrar. Esperança reduzida porque sabemos que agora são as cinzas que ficaram depois da ‘queimada’. As cinzas irão permanecer incomodando por bom tempo. Aí a esperança vem substanciada em dias remotos que, convenhamos, não nos animam muito.
Em todo caso não é hora para lamentos. Quem peleja na vida sabe que nesses momentos a melhor coisa que se apresenta como solução é a disposição para enfrentar as adversidades. Ousadia. Determinação. Vontade política. Empenho nas tarefas. Mais planejamento. Mais eficácia nas execuções. E muita, mas, muita energia para romper a barreira do conservadorismo e ingressar em nova época. Melhorias em todos os setores. Maior fiscalização. Mais atenção para aquilo que é importante como preservação do Planeta etc.
Estamos em Dezembro. Mês que considero o mais importante do ano. Janeiro e fevereiro são meses de festas e muitas vezes até de ostentação. As pessoas ficam escravizadas pelas comemorações. Vão levando a vida sem refletir. Às vezes até gastam o que não possuem. Aí em março e abril vem a ressaca. E o ano transcorre com esperança de recuperação, tanto econômica como espiritual.
Só que aí chega dezembro. Nesse mês há muitas sensações e resquícios de uma vida atropelada pelos fatos e conseqüências. Já sabemos como foi o ano e o que fizemos para que ele fosse melhor que o anterior. À vezes vem o desespero porque concluímos que foi muito pior. Essa é a sensação deixada para trás neste ano que se encerra.
Deus é bondoso porque de propósito planejou o nascimento de Jesus em dezembro. Mês em que estamos sensíveis pelos tombos da vida. Podemos assim, nos momentos de reflexão (que a data exige) fazer um balanço. Nessa retrospectiva assimilamos tanto o que foi feito à nossa volta como o que fizemos pessoalmente. O erro é só enxergar o que está em nosso redor. Nesse cenário visualizamos o Brasil e suas mazelas. Credo! Tudo errado!
Mas, e nós? Fizemos algo pra melhor. Alguma vez somos capazes de olhar além de nosso horizonte? Ver o que se passa com a gente? O Brasil é como uma praia. Se vista no coletivo é a coisa mais linda! Deixamos de vê-la em suas particularidades. Grãos de areia disformes. Sujos. Pisoteados. Um ambiente mal cuidado.
Será que o nosso ambiente está bem cuidado?
Olhar os políticos e ver a sua pobreza de caráter é coisa corriqueira. Agora se olharmos para nós mesmos vimos o quê? Um cidadão honrado. Que olha as coisas de forma coletiva. Que preza pela limpeza da sua cidade. Que cuida de suas relações interpessoais com esmero de cristão. Que é incapaz de ‘dar um jeito’. Que jamais atropela o direito alheio. Que é capaz de ver que o seu direito chega até aonde começa o de outrem.
Enfim, o ano sombrio que se vai e o ano pouco alvissareiro que se aproxima não nos dão certeza de bem-estar, ao contrário, nos deixam avisados e alertas. A transição começou e não pode parar. As rédeas têm de continuar a ser puxadas. Todos devem estar marchando juntos e com um mesmo propósito: Melhorar em seu interior para que o exterior seja visto em todo o seu esplendor!