Porque falar também é amor próprio ...

Hoje decidi ser simples ... falar com pausas. Respirar ... me embrenhar numa conversa leve e despretensiosa, sem julgamentos mas com abraços. Muitos abraços. O ser humano tem essa necessidade de conversar ... e cá entre nós, eu não gosto de explodir. Sou incapaz de anunciar assim as minhas marcas e correr o risco de ver os meus pedaços expostos por aí.

Tem dias que acordo desejando ter potinhos de água para beija-flor no lugar do coração e isso me faz querer ser leve. Me faz perceber que preciso falar. Talvez sejam os dezembros ... Joguei tanta coisa boa pro universo durante o ano todo, que nem sobrou nada para esse mês, e já sentei na espera que ele devolva. Perco tudo, menos a fé. Mesmo cansada.

Eu tenho medo das confusões que me acometem e por isso seria melhor ser água para beija-flor. Entretanto, no meio delas, nem flor nem beijo. E talvez por isso são essas confusões e esses dezembros, os mais capazes de me vencer. Vulnerável a me render.

O que me consola é acreditar – e essa crença foi eu que inventei – que alguns desalinhos nos melhoram como pessoa. Então, que nos valha como evolução.

Me perdoe se divaguei nas palavras e fui longe demais nas incertezas. Há muito que falta clareza nesse peito. Uma coisa me parece certa: às vezes a inspiração nos falta porque estamos vazios, noutras porque estamos cheios demais.

Se cada leitura me vale como dois ouvidos, então fique com a minha gratidão. Que janeiro suture esse coração.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 22/12/2016
Reeditado em 22/12/2016
Código do texto: T5860495
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.