UM RECORRIDO PELO CAPITAL ARQUITETÔNICO DA CAPITAL

Havana é uma cidade com quase 500 anos e já era conhecida por colonizadores espanhóis em 1514 com o nome de Villa de San Cristóbal de la Habana, mas sua sua localização atual, junto ao porto de Carenas, só aconteceu em 1519, ano oficial da fundação.

Na época das viagens de navegação para o novo mundo, Havana ocupava um local estratégico com o seu profundo porto de águas mansas abrigado em uma baía de estreita entrada, ideal para o conserto dos navios avariados ou para repouso das tripulações. Servia portanto de privilegiado ponto de encontro das rotas marítimas de "Ambos Mundos", centro de construção naval e de transbordo do material manufaturado na Europa trazidos para as colônias e como "carga - de - torna - viagem" das naus carregadas de matérias primas pilhadas desse "nosso velho novo mundo".

A Espanha dominava a "Chave das Caraíbas" e fez construir inicialmente uma cidade baseada em fortificações de defesa daquele porto estratégico erigindo a Fortaleza de San Carlos de la Cabaña (1558 - 1577) e o Castelo del Morro (1589 - 1630).

A chamada "Habana Vieja" era protegida por uma muralha defensiva cuja construção se iniciou em 1674, mas já a cidade tinha crescido para lá desses limites quando se completou em 1767 e já se iniciava o novo bairro "Centro Havana".

Mais tarde fez construir uma metrópole intertropical aos moldes europeus até perder sua influência sobre a ilha devido a derrota sofrida para os EUA, quando, a partir daí, Cuba passou para a influência daquele país.

Sob domínio americano Havana passou a ser um balneário de veraneio de alto luxo, fazendo surgir uma elite de cubanos que se locupletavam com os favores e mantinham o país dependente dos americanos, em detrimento da massa humana cada vez mais relegada aos trabalhos operacionais e sem nenhuma participação na vida política do país. Nessa época foi inundada de mansões e prédios de alto luxo, equiparando - se a qualquer capital da Europa ou a Buenos Aires na Argentina, alimentada pelo dinheiro da máfia americana do jogo e da prostituição, com a arquitetura neo clássica predominando até o fim da década de 1950.

Dai em diante Havana experimentou restrições em seu crescimento pelo bloqueio econômico americano e depois, se agravando com a suspensão do apoio econômico soviético.

Nós dias atuais Havana apresenta-se como uma bela cidade, impregnada de história e de construções com estilos arquitetônicos de épocas preservados. Sao vários os canteiros de restauração e são inúmeros os locais já recuperados transformados em mimosos restaurantes e lojas, em geral repletos de turistas.

Depois do passeio pela área central de Havana fomos ao "Bodeguita del Médio", reduto boêmio frequentado por artistas do mundo inteiro, inclusive por brasileiros famosos tal como o Chico Buarque. Conhecermos também o La Floridita, frequentado por Ernest Hemingway para saborear um um apetitoso filé Chateaubriand que era seu prato predileto. O local é um restaurante tradicional, com arquitetura, mobiliário e utensílios preservados onde comemos uma boa comida e um maravilhoso vinho chileno.

Foi nesse nesse lindo local que a nossa companheira de viagem, Maria, após pagar a salgada conta com CUC, a moeda dos turistas, cunhou a célebre frase: " Sempre me disseram que os comunistas comiam criancinhas. Aqui em Cuba eles estão comendo é nossos CUcs".

No final da tarde rumamos em disparada para a Fortaleza de San Carlos para assistir a cerimônia tradicional noturna de fechamento da entrada da baía do porto denominada"Canhoñazo.

thiticobomfim
Enviado por thiticobomfim em 20/12/2016
Reeditado em 30/12/2016
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