Você daria duas versões para uma mesma verdade?

Eu nunca daria duas versões para uma verdade

Mas quem ouve uma, pode fazer duas interpretações

E pelas ambiguidades destruir uma grande amizade.

Por isso a distância não é apenas uma separação

É uma escolha própria da solidão como uma confidente para preservar

Todas as emoções que juntos vivemos com quem amamos.

É difícil expor ao mundo os nossos sentimentos

Mais fácil é colocar as nossas razões em tudo.

Elas se materializam, personificam-se, têm sentidos, provas e assumem fisicamente a localização no tempo.

Com um GPS chegamos até as nossas razões

Mas nunca até as nossas emoções.

Hoje eu lamento o meu silêncio que devo ter deixado em outras pessoas, mais dores nas incertezas emocionais do que na ausência física.

Eu sozinho acreditei num caminho.

Hoje eu escrevo sozinho, leio sozinho e interpreto sozinho.

Continuo errando o português, as justificativas eu as jogo nas minhas razões e com elas seco também as minhas lágrimas.

Um dia descobrirei o alcance da minha covardia ou coragem.

Hoje eu considero, tardiamente, a distância da minha verdade e como ela escondeu-se atrás de interpretações que pelo tempo se mostraram vazias.

***

Quando falamos a verdade ela fica ecoando no tempo.

Quando escrevemos a verdade ela se torna física, tira um pouco do peso, é como uma confissão...Um dia será julgada.

Talvez agora como dois pecados...formatados na razão e na emoção

Robertson
Enviado por Robertson em 18/12/2016
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