Você daria duas versões para uma mesma verdade?
Eu nunca daria duas versões para uma verdade
Mas quem ouve uma, pode fazer duas interpretações
E pelas ambiguidades destruir uma grande amizade.
Por isso a distância não é apenas uma separação
É uma escolha própria da solidão como uma confidente para preservar
Todas as emoções que juntos vivemos com quem amamos.
É difícil expor ao mundo os nossos sentimentos
Mais fácil é colocar as nossas razões em tudo.
Elas se materializam, personificam-se, têm sentidos, provas e assumem fisicamente a localização no tempo.
Com um GPS chegamos até as nossas razões
Mas nunca até as nossas emoções.
Hoje eu lamento o meu silêncio que devo ter deixado em outras pessoas, mais dores nas incertezas emocionais do que na ausência física.
Eu sozinho acreditei num caminho.
Hoje eu escrevo sozinho, leio sozinho e interpreto sozinho.
Continuo errando o português, as justificativas eu as jogo nas minhas razões e com elas seco também as minhas lágrimas.
Um dia descobrirei o alcance da minha covardia ou coragem.
Hoje eu considero, tardiamente, a distância da minha verdade e como ela escondeu-se atrás de interpretações que pelo tempo se mostraram vazias.
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Quando falamos a verdade ela fica ecoando no tempo.
Quando escrevemos a verdade ela se torna física, tira um pouco do peso, é como uma confissão...Um dia será julgada.
Talvez agora como dois pecados...formatados na razão e na emoção