SER SUPREMO*
“Os grandes gênios da humanidade pouco respeitam as nossas convenções teológicas.
Estamos firmemente habituados a dizer que “Deus” é bom”, e consideraríamos blasfêmia que ele seja mau. E temos toda a razão com esta ideologia, enquanto nos acharmos no plano horizontal de nossa moral, perspectiva essa que resulta da concepção de um deus personal.
Se, porém, conseguíssemos ultrapassar esse plano horizontal da moral, onde Deus é necessariamente “Bom”, e entrássemos na zona vertical da metafísica, verificaríamos que Deus não é bom, nem mau, mas simplesmente “É” – e nada mais. Deus é o ser como tal, e o ser tem atributos, porque é absoluto, enquanto qualquer atributo é relativo. O atributo restringe o âmbito do ser. O ser é como a luz incolor, que não vermelha, nem verde e nem azul; pode sim, produzir cada um desses efeitos, mas ela mesma não é nenhum deles.
Assim, pode Deus produzir ou permitir, no plano horizontal do existir, aquilo que nós denominamos “Bom” ou “mau”, luz e sombra, o sim e o não, o positivo e o negativo – mas Deus não é nenhum desses opostos, ou melhor, Ele é a “identidade dos opostos”, dizer que Deus é bom ou mau, justo ou injusto, sapiente ou insipiente, é restringir-lhe o SER. “
Pedro da Costa é Quiropata e Livre- Pensador.
*Em nossa crônica anterior, – Passos do Cotidiano VII, o “Susto”... - “nos referimos a esta pessoa: um “velhinho”, visitando outro mais “velhinho”, pois ele já está com 83 anos.” Este é um de seus textos, que digitamos do Jornal Gazeta do Bairro.
Curitiba, 18 de dezembro de 2016 – Reflexões do Cotidiano – Saul
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