NATAL CONSUMIDO

Natal, sinônimo de consumo? Quem disse? Todos dizem. A maioria pelo menos. Por que essa recriminação? Se pensarmos bem, o consumo de presentes, os mais variados, faz bem a quase todos. Menos aos que compram. Faz feliz aos que recebem, que com sorriso aberto abrem seus pacotes, na esperança de encontrar o que desejam. Reflito. Será que aqueles que compram não ficam satisfeitos em verem a alegria estampada na face do outro? Então, faz feliz a todos!

Toma lá, dá cá. A troca de presentes escolhidos, adquiridos, pagos em dinheiro ou cartão. Importa o consumo? Se não for exacerbado, anima o mercado, dá emprego para desempregado. Incrementa a indústria. Por que não? Comprar uma ‘lembrancinha’ ou uma joia, realisticamente, faz o comprador satisfeito. Ele pensa em quem vai receber. E antevê a surpresa do outro. E o ‘muito obrigada (o)’ sincero. Que lhe deixa com a sensação satisfatória de “acertei!” e fica contente. Não são os momentos prazerosos, os pequenos detalhes que tornam a vida feliz?

Se não for exagerado, por que não? O brinquedo desejado pela criança, seja caro ou barato. O sapato, o vestido, a blusa... tantos desejos simples. Satisfazê-los? Se são simples. Se for equilibrado, por que não? Agradar, ser agradado. E a troca de relacionamentos? Errado? Se não for mais importante que o amor, o carinho, o abraço, o beijo, que seja trocado.

A época natalina é de fraternidade, solidariedade, renascimento, renovação. Troca disso tudo. Troca de presentes. Por que não? O presente pensado, selecionado, bem-intencionado, finalmente comprado e embrulhado vai junto o carinho da procura, da escolha, da preocupação em agradar.

Deixemos o consumo seguir seu curso. Se não for extrapolado fará bem a muitos. A quem compra também, no contentamento do outro. É tão agradável receber presente! O que seja, pois ele significa muito mais do que o produto, o objeto.

Ah! Natal! Cores exuberantes nos enfeites. Canções no ar para animar. Velas acesas nas mesas. Rabanadas. Bacalhau na travessa disputa o primeiro lugar com o peru da ceia tradicional. Vinhos espumantes, taças borbulhantes. Doces diversos. Frutas acompanhando. Isto tudo foi comprado! Para ser consumido ao som de músicas, risos e conversas.

Sem consumo? Então, sem festa. De natal. Ele está presente em todas as comemorações. Ele, quem? O consumo. Ora de presentes, ora de bebidas e comidas, ora de passeios. Sempre presente. Não há quase nada que façamos sem ele. Quem? Não, o que? O consumo.

Está errado? Se não for exacerbado, exagerado, extrapolado, errado que continue existindo, satisfazendo a cada um, no seu jeito, na sua expectativa, na sua possibilidade, na sua vontade.

Que o Natal seja de luz e e de harmonia!

Tereza Freire
Enviado por Tereza Freire em 18/12/2016
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