Felício Brandi
Está crônica foi publicada em 10 de Novembro de 2001, no extinto jornal Diário da Tarde.
Não quero falar da má fase do Cruzeiro Esporte Clube. Se alguns jogadores ganham fortunas. Se outros são injustiçados. Quero falar sobre o maior Presidente de todos tempos; Felício Brandi.
Em 1964, quando da construção do Mineirão, Felício anunciava que o Cruzeiro iria encantar Minas Gerais, o Brasil e o mundo com um super time. Não deu outra! Surgiu o tripé: Piazza, Dirceu Lopes e Tostão. Comandado por Aírton Morerira. Depois o quadrado com Piazza, Zé Carlos, Dirceu Lopes e Tostão. Comandado por Gerson dos Santos. A sequencia da saga todos conhecem.
Felício, podia, se quisesse, ser deputado, senador e quem sabe até governador, mas sua dedicação era exclusivamente ao Cruzeiro. Enfrentava o mercenarismo de alguns jogadores com hábil jogo de cintura. Uma vez declarou; “ Tem alguns jogadores que são excelentes profissionais na hora de assinar contratos, mas querem ser amadores na hora de cumpri-lo." Felício era um bom comprador e um excelente vendedor. Tinha um forte carisma sobre os jogadores. Muitas vezes, quando o time estava perdendo, ele ia ao vestiário, conversava com os jogadores e acontecia a virada de placar. Na decisão da Taça Brasil de 1966, o time perdia para o Santos de 2x0, no primeiro tempo, um dirigente paulista foi ao vestiário para marcar a terceira partida, no que Felício falou firme; “Não vai haver terceira partida!...” O Cruzeiro virou o jogo de 2x3.
Foi na gestão de Felício Brandi a construção da maior e melhor concentração do Brasil na época. A Seleção Brasileira concentrou-se diversas vezes na Toca da Raposa. Eu marco o Cruzeiro Esporte Clube, em antes e depois do Felício Brandi. Antes a torcida cruzeirense ficava espremida num cantinho do Independência ,e hoje é a maior torcida de Minas Gerais. Uma das maiores do Brasil, reverenciada no mundo. Conhecida como a China Azul. Infelizmente Felício Brandi não está entre nós.
Essa crônica dedicada a Felício Brand, é pelo cinquentenário da conquista da Taça Brasil de 1966.
Lair Estanislau Alves.