PECs e Pecadores
Pra fazer um protesto pacífico, você vai precisar de cartolina, tesoura sem ponta e um ideal que seja igual ao objetivo de quem detém o poder.
@motadouglas
@motadouglas
Ando cansada de falar de política. Até porquê, não há nada bom para se falar sobre o assunto. O País está nas mãos de gatunos da pior espécie, sem qualquer oposição significativa para, ao menos, forçar o debate antes da aprovação de medidas lesivas à população. Nessa lama, a PEC 55 foi aprovada, congelando salários por 20 anos e limitando investimentos em moradia, saúde e educação. Pra que investir nisso, né? Estamos indo tão bem nesses três assuntos... Melhor reservar mais para o pagamento dos juros da dívida pública e garantir a alegria dos fundos de investimento, bancos, os investidores estrangeiros e os fundos de pensão. Pobrezinhos.
Falar em fundos de pensão, vamos abrir um parêntese: quem vocêzinho acha que serão os maiores beneficiados pela reforma da previdência – que vai escorchar os mais humildes e empurrar a classe média para a iniciativa privada?
Fecha parênteses, antes que eu me aborreça com esse questionável rombo nas contas do INSS e voltemos a falar da PEC do teto.
Enquanto, mais uma vez, a fatura da crise nos é apresentada, sem direito a choro, ninguém fala no custo da sonegação ou nos impostos sobre grandes fortunas. Pra piorar, a massa de manobra ainda entorpecida pelo discurso de “fora Dilma, fora PT” acha feio que as manifestações agora não sejam tão pacíficas como aquelas financiadas pela FIESP que apoiaram o golpe e aplaudem a ação truculenta da polícia contra estudantes e trabalhadores desarmados, “esse bando de vândalos comunas”.
Essa mesma galera que acredita que a lei anticorrupção vai ser aprovada do jeitinho que eles querem e sem tirar poderes do irritante Moro (eu só o achava parcial, mas depois que passei a tropeçar na cara dele toda hora ao passear pelo face, onde vários amigos o colocaram como foto de perfil, confesso que tomei nojo), esquecida de que quem votam essas leis são justamente os canalhas que elas pretendem punir. E vem a perguntinha cricri: qual será a eficiência do raticida desenvolvido pelos ratos?
Texto publicado no jornal Alô Brasília de hoje.
Falar em fundos de pensão, vamos abrir um parêntese: quem vocêzinho acha que serão os maiores beneficiados pela reforma da previdência – que vai escorchar os mais humildes e empurrar a classe média para a iniciativa privada?
Fecha parênteses, antes que eu me aborreça com esse questionável rombo nas contas do INSS e voltemos a falar da PEC do teto.
Enquanto, mais uma vez, a fatura da crise nos é apresentada, sem direito a choro, ninguém fala no custo da sonegação ou nos impostos sobre grandes fortunas. Pra piorar, a massa de manobra ainda entorpecida pelo discurso de “fora Dilma, fora PT” acha feio que as manifestações agora não sejam tão pacíficas como aquelas financiadas pela FIESP que apoiaram o golpe e aplaudem a ação truculenta da polícia contra estudantes e trabalhadores desarmados, “esse bando de vândalos comunas”.
Essa mesma galera que acredita que a lei anticorrupção vai ser aprovada do jeitinho que eles querem e sem tirar poderes do irritante Moro (eu só o achava parcial, mas depois que passei a tropeçar na cara dele toda hora ao passear pelo face, onde vários amigos o colocaram como foto de perfil, confesso que tomei nojo), esquecida de que quem votam essas leis são justamente os canalhas que elas pretendem punir. E vem a perguntinha cricri: qual será a eficiência do raticida desenvolvido pelos ratos?
Texto publicado no jornal Alô Brasília de hoje.