O fim da imaginação
“Uma boa história não é um circuito fechado, é um circuito aberto, uma boa história não é aquela que conta tudo, é aquela que deixa ao leitor/espectador espaço para a completar com a sua imaginação, tornando uma história escrita por outro também na sua história.”
Quando comecei a escrever, tive a sorte de me darem este conselho, que procuro seguir, sendo apenas mais um actor nas minhas histórias, sendo as pessoas que as lêem o resto do elenco.
E mais cedo, quando comecei a ler, ao ler, ao completar as histórias dos outros ia alimentando a minha imaginação, ia aumentando a minha capacidade criativa que fez com que, mais tarde, escrevesse as minhas próprias histórias.
Isto vem a propósito da praga de sequelas que insistem em estragar histórias que eram também nossas, mas que deixaram de ser quando se passou a contar demasiado.
Um bom exemplo do que escrevi em cima é a saga de Star Wars, que embora algo infantil e primária, ao permitir-nos imaginar-mos as infinitas lutas, as aventuras contra o Império, fazia essa saga também nossa. Agora que insistem em contar tudo, a bem do negócio, mataram a história.
É um caso (que espero raro) em que o cinema faz de nós meros robôs comedores de pipocas, que devoram também as suas histórias, enquanto pelo meio mata a nossa imaginação...