PARASITAS DA NAÇÃO.

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Grã-finos politiqueiros quando se reúnem para conversar

da gosto escutá-los e sendo assim sempre que posso

vou me aproximando de mansinho em redobrada atenção,

eles não se importam e eu paro bem pertinho para escutar.

Estes dias em uma roda, um deles, com outros estava a discordar

parecia enlouquecido com tudo que se apresentava a seu redor

como se estivesse no plenário, estufou o peito para discursar

me antenei e como o assunto em pauta era um só

quietinho ouvindo logo comecei a me admirar.

Reclamava dos dias em Brasília e demonstrava suas razões

queria melhorias exigindo menos horas para trabalhar

aumento de salário e mais tempo a disposição

pois os anos passam e as forças enfraquecem

requerendo com isto mais tempo para descansar.

Aos poucos foi se estressando, está farto da rotina

os mesmos colegas o mesmo lugar para labutar,

em uma perda inútil de energias chega a se irritar

em excessos impulsivo afirma se sentir oprimido

precisa de férias, quatro meses por ano seria o ideal

em um rompante agride verbalmente quem está a escutar

impossível conter o ardor, quer urgência e solução imediata

não importa as expectativas do povo nem as reais circunstancias

se a algo a fazer, outros que façam, ele precisa mais horas de lazer

sem marcar presença, no fim do mês só quer o seu dinheiro receber,

é preciso entender que político não é escravo e que se vire o eleitor.

Como brasileiro cumpridor de meus deveres sinto envergonha

Pois é fato, eu já votei em homens de feitos bem considerados

mas que depois se transformaram em um político deste calibre

e agora como dizer a ele que não posso ouvir estes disparates?

Sentindo um calor avermelhar o rosto, vou saindo de fininho

pois mesmo que quisesse não conseguiria conter seus impulsos

atitudes são agressivas e os reclames mais se intensificam

abatendo meu animo, acabando com a minha esperança

tenho noção de que não adianta a ouvi-lo continuar

e que tentar demove-lo só me causará alguns problemas

ao notar que estou a me afastar petulante me chama

que o certo seria eu ali ficar e claramente me manifestar

crer em seus argumentos, apoiando-o em suas reclamações.

Saio a caminhar, me condenando e comigo pensando

este mau estadista que ali está exigindo e reclamando

é na verdade, “um dos”, bem arranjados na vida pública

possui carros de luxos e mora em belas mansões

e quando se procura saber como isto conseguiu

se percebe que este que reivindica

exige direitos, mas que não pensa

em cumprir com seus deveres

é na realidade apenas mais um

parasita desta querida nação.

***~..

Elio Moreira - Rio Pardo -_Torres - RS