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Tenho tentado descansar, talvez dessa vez eu consigo, os deveres acadêmicos cessaram um pouco, penso que apenas diminuíram, ainda assim o cansaço na minha mente é gritante e exaustivo, os pensamentos não conseguem se esvair e por vezes nem escrever eu consigo, posto que é tamanha a confusão.

Hoje eu ouvir, escreve ai! Faz um poema nessa madrugada, porém os vácuos poéticos têm sido cada vez mais fortes e ininterruptos, tão grandes quanto essa estrada que me trouxe até aqui, percebam, eu não consigo escrever sobre o que não sinto, e nem sempre escrevo o que penso, é como se eu não dominasse à poesia que existe em mim.

Não funciono assim, não escrevo quando quero, ou simplesmente por escrever, eu preciso sentir, escrevo o que sinto, nem sempre o que penso, eu repito. É que escrever é um vicio triste, e sem escrever à poesia não existe, e sem poesia, inexiste o poeta e isso é deveras o fim, julgo que seja a melhor definição de morrer.

Não há escopo de me promover, e até me assusta à ideia de ser lido, de que alguém me possa compreender, eu escrevo porque isso me desafoga, e agora eu me sinto tão sufocado, há tanta coisa que queria dizer, mas que não consigo, talvez porque eu ainda não as sinto, o que é em si uma enorme contradição, não obstante eu ser tão contraditório, por favor não tentem entender.

Talvez eu esteja demasiadamente cansado, mas me lembro que há tempos minhas mãos deixaram de esquentar, não mais me deram aquele sinal para escrever. Ou quem sabe perdi o dom, ou talvez nunca tive, vou tentar descansar, parece que vai chover.

Uil

Elisérgio Nunes
Enviado por Elisérgio Nunes em 12/12/2016
Reeditado em 12/12/2016
Código do texto: T5850749
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