Detesto fantasia

Confesso que sou um pecador, cometi até pecados cabeludos. Mas, pasmem, me considero cristão, mesmo não professando nenhuma religião. Contradição? Não, de jeito nenhum, apenas a consciência de que a religião não faz ninguém cristão. Nem os rituais expressam a fé de quem quer que seja. Os rituais são uma espécie de teatro e fantasia. O próprio Cristo ensinou que para rezar basta se trancar sozinho num quarto e orar ao Pai. Está na Bíblia.

Mas respeito as religiões, todas elas. E os religiosos. Dom Helder Câmara foi para mim a grande figura da religião, além de grande Combatente da Liberdade e dos Direitos Humanos, como é hoje o papa Francisco.

Portanto, não é preciso possuir carteirinhs de religioso para ser cristão, nem vestir fantasia de cristão.

Na verdade, sou um homem que detesta fantasia, nunca usei nem no carnaval. E sou avesso a certas vaidades, amostramento, bancar o bambambã. Detalhe: acho que não existe santo no mundo, só no céu. Os que tiram onda de santos, são falsos cristãos, santinhos do pau ôco ou, como disse Jesus, sepulcros caiados.

Para que fantasia? Para que insistir ser o que não somos? Não adianta fingir e nem tentar enganar. Deus nos comhece a todos. Repito: detesto fantasia. Inté.