DISTRAÇÃO!

Mais uma manhã de trabalho comum, se não fosse por um pequeno imprevisto, uma vontadezinha de ir ao banheiro. O corpo lembra uma necessidade básica, a hora de tirar “a água do joelho” entre um atendimento e outro tenta adiar a saída, sentindo o desconforto, lembra uma cena vista tantas vezes, das crianças que quando “apertadas” caminham com aquele gesto característico das pernas na tentativa de impedir o iminente xixi que a qualquer instante encharcaria suas roupas .

Sem mais demora dirige-se ao banheiro para o cumprimento desta missão que além de prazerosa lhe traria grande alívio. Movido pela pressa que lhe é peculiar, desce o zipper num movimento brusco parando de repente ao sentir uma dor aguda lhe invadir a alma, com muito cuidado constata para seu desespero o que acabara de acontecer, ver o prepúcio do pênis preso ao fecho éclair!

Após tantas subidas e descidas ao longo de tantos anos, um dia aconteceria. Nas pontas dos pés com muito jeito, puxa pra cá, estica pra lá, consegue por fim soltar a pele dolorida devido ao ferimento causado no incidente, até então, algo improvável de acontecer. Esquecera um item fundamental do vestuário, a cueca!

Relembra seus passos, desde o levantar da cama até o sair de casa. Após o banho vestira somente a calça jeans, que a mulher deixara no “cabide” na maçaneta da porta. Não reclamara pela falha, afinal ninguém é perfeito, após o café, com calma buscaria a peça que faltava. De olho na TV, deixa o tempo passar, ao dá-se conta que a hora estava adiantava, apressado veste as meias, calça o sapato e com a camisa no ombro penteia os cabelos, vestindo-a em seguida já em direção ao carro, com um “selinho “ despede-se da esposa.

No escritório, tudo tranquilo, a calça de grosso tecido, dissimulara o desconforto, até então não sentira a falta da roupa de baixo. Sorri ao lembrar-se do fato que saíra de casa com o “bicho solto”. Não se imaginava está assim desprevenido, era como estar de sapatos sem as meias. Já esquecera uma vez o cinto, acessório que não dispensava mesmo usando bermudas, mas a curvatura da barriguinha “cervejeira” ocupou todo o espaço pelo tempo suficiente até comprar outro na loja do lado.

Uma coisa completa a outra! Era o seu lema. Pensou em comprar algo para suprir a falta, uma sunga ou até uma ceroula, a esta altura cairia bem, mas vestir sem passar uma água antes, não daria certo, tinha alguma alergia e pensar na coceira que poderia causar, pois a área a ser protegida, era de longe a mais sensível e por certo ficaria aquele vermelhão indesejável por alguns dias.

Já se aproximava a hora do almoço, decidido, esperaria até chegar em casa, meio angustiado por ter que explicar a companheira o ocorrido. Para ela seria um bom motivo para passar dias a caçoá-lo. Mas bem sabia que seria impossível esconder o estrago causado em seu brinquedinho preferido.