Um epitáfio para o nosso país
Há quem prepare um epitáfio para o nosso país, como se estivéssemos num perigoso e prolongado voo, com constantes assustadoras turbulências e muitas perspectivas de indesejado desfecho. A nave é grande, como a de Noé, cheia de remendos, porém não lhe falta combustível, além de muito petróleo , ainda existe o nosso imenso Pré-sal. Mas alguns dirigentes incompetentes, pilotos inábeis, desonestos, de má fé, assenhoreiam-se do leme; obsessivamente egoístas e enquanto poderes constitucionais de Montesquieu, em nome da harmonia, conluiam, cada um dos três já com seu pára-quedas; e ainda conseguem iludir os passageiros, prometendo-lhes promissora viagem.
E por que suportá-los? São eleitos por promessas, artifícios, truques, ilusões e muito dinheiro. Os bons e sinceros não são omissos, mas impedidos de se candidatarem pela trama dos medíocres que, no próximo período eleitoral, mesmo considerados "fichas sujas" ou com visíveis indicadores de enriquecimento ilícito, com facilidade, reelegem-se e agem como se fossem escolhidos para "roba di famiglia" ou da "cosa nostra". Por que aturá-los? Também não sei, noticiam-se explicações. Em recente circunstância, eles próprios, responsáveis de cumprir e fazer cumprir a Constituição, descaradamente, desrespeitaram a Lei Maior. O insuportável impõe um dilema: Melhorar as condições de voo ou sair do avião...
Convicções de fé aconselham: Não nos desesperemos! Lembro-me de um amigo esperançoso, na UTI: "Eu saio dessa"... Se há esperanças que nos dão força, há energia e coragem para gritarmos motivações contra a fácil desistência. Embora existam egoístas que pregam indiferença à destruição do meio ambiente porque, quando isso acontecer, eles não estarão por aqui. Apregoam tal aberrante individualismo diante dos netos, dos bisnetos, de inocentes crianças, pessoas do futuro, educáveis a um mundo melhor, verdejante de esperança. A maior obrigação dos passageiros de uma mesma nave é preservar, nas alturas ou nos momentos de reabastecimento, o maior de todos os valores e de todos os direitos: A vida.
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