A tormenta nacional
A população se tornou joguete, bailando desordenadamente como papel embalado por ventos furiosos e sem rumo.
Os dirigentes da nau Brasil se perderam, permitiram que ventos frios e daninhos arrastassem a embarcação para mares sombrios.
O desassossego se instalou nos corações dos passageiros que desesperançosos passaram a perambular pela pátria cabisbaixos, dominados por duvidas, inseguranças e medos.
A criminalidade e a corrupção astearam suas bandeiras em pontos mais altos que o pavilhão nacional.
O que fazer? A quem recorrer?
Os capitães que deveriam manusear o leme da nação sucumbiram aos sussurros, aos clamores maléficos da ganância e colocaram toda embarcação em meio a mares bravios.
Tormentas ferrenhas ameaçam naufrágar a maior nau sulamericana, que temerosa suplica por salvação.
Ao longincuo - em meio a relâmpagos, ondas gigantes e chuva torrencial - avisto uma luz brilhante que corta a noite tenebrosa em giros de 360°.
As ondas se estilhaçam contra o farol salvação, línguas Dágua se estendem em direção ao céu medonho.
Nos poucos instantes em que a luz circular do farol passa em determinado ponto do mar revoto, percebo a acanhada silhueta de um homem que caminha sobre as águas vindo em nossa direção.
Imediatamente me vieram em mente as aulas de catecismo.