Chapecó
Eu não conheço ninguém lá; eu nunca estive lá, e quero acreditar que entre todos os seres do mundo há uma distância de até sete elos, eu, particularmente, não acredito muito nesta “medida”, não sei se há uma fundamentação científica nesses dados.
Mas quando um machucado agride alguém da corrente humana, um machucado que dói, como doem os rompimentos, o número de elos diminui. Curioso, sempre nos disseram que “elo de ligação” é uma redundância, um pleonasmo, uma grosseria ao vernáculo, mas a dor corrige vícios de linguagem; sim, quando nos arrancam pessoas; quando a morte faz abortos brutais, os elos se fazem “elos de separação”. Confesso, são muito poucos laços que me unem ao povo de Chapecó, e não entendam que são frágeis os vínculos que me predem a aquela cidade, diminuíram os elos, para que eu ficasse mais perto de uma cidade que eu não conheço, mas quero conhecer Chapecó; não por um prazer mórbido de ver o sofrimento que ficou como legado, mas para me fazer amigo de uma população.
Um nó górdio me amarrou a uma população, que eu hei de conhecer, um abraço, meus amigos, eu não os conheço, mas acho que estou sentindo saudades como vocês