MORTE DO ESPÍRITO.FERREIRA GULLART.

Em respeito aos comentaristas amigos que observam a seriedade como escola permanente, distantes de qualquer vínculo com proximidade ao que desserve e fica claro, dedico esta crônica. Precipuamente aos que levam em sua fronte o galardão da ausência de cores partidárias políticas - que insta para partes - mas antes e sempre, dirigidos ao maior espectro social que agrega o todo e instaura a correção, dedico esta crônica sem pretensões.

O que parte divide e o que divide perde a força da unidade que encarnamos todos. Depreciativo sob essa angularidade ser partidário da política de partido, pois é parte que divide e está esquálida no mundo. No Brasil, apodrecida.

Independente de qualquer credo ideológico esta é a melhor forma de agir – apartidária - estar sempre do lado que busca o melhor, ao menos universalmente sufragado por maioria, e recusa principalmente o reconhecimento do que restringe a liberdade e abraça a corrupção e o individualismo que favorece. Principalmente os fanatizados por ideias segregacionistas e abortivas sequestradoras da liberdade.

Não escrevo para ser lido, mas por terapia, impulso necessário endógeno e genético-vivencial. Não sou poeta, hoje “atividade” negativada pela qualidade que desconhece o mais tênue veículo do canto, a língua pátria, “poetas” como tantos querem ser e abrigam, estranhamente, restrições que abortam a liberdade. Engraçado, poetas que repudiam por dogmas políticos a liberdade, o maior bem humano na escala valorativa.

A maior e mais importante inspiração poética, A LIBERDADE, está rasteira e tratada com indiferença, e alcançada pela mediocridade.

Nem a inclinação para proteção dos menos favorecidos se justificaria na vontade de embargar a liberdade, na ausência de sua proteção, usado o único veículo da literatura como arte, a poesia. O resto que se escreve é reportagem histórica, seja romanceada ou historiografada.

A revolução verdadeiramente revolucionária realizar-se-á não no mundo exterior, mas na alma e na carne dos seres humanos. É o que faz a poesia verdadeira submissa à liberdade humana.

Vivendo, como viveu, numa época revolucionária, o marquês de Sade serviu-se muito naturalmente dessa teoria das revoluções tão vista a fim de racionalizar o seu gênero particular de demência. É similar por veredas diversas a situação atual, no Brasil e no mundo.

Robespierre tinha realizado o gênero mais superficial de revolução: a política. Penetrando um pouco mais profundamente, Babeuf lançou-se na revolução econômica. Sade considerava-se como o apóstolo da revolução verdadeiramente revolucionária, temerário como hoje, para além da simples revolução política e econômica da revolução dos homens, conflitando com os costumes.

A arte tem na moral grande parte das regras da ética vulgar. O remorso que não gera arrependimento, como nascido e eficaz e se vê em texto que publiquei do desaparecido Ferreira Gullart, não reabilita. E ele era um poeta com todas as letras, REABILITADO. Arrependido de viver uma mentira.

O Mundo Novo do qual Noé era mensageiro de Deus não se realizou.

Ter sanidade espiritual é impossível de ser demonstrado, mas sabe-se quando a morte do espírito vai surgindo por não se apresentar como beleza a arte, tão violada hoje pela restrição de liberdade acossada até pela poesia. E essa chegada se nota com o conúbio da mediocridade com a desrazão da restrição severa das liberdades.

Nem permeando a religião consciente e inteligente na busca do Fim Último do Homem se pode sair da realidade apresentada de forma inamovível e crescente.

Há uma espécie de Utilitarismo Superior enraizado no pilar de uma Felicidade Máxima que atropela o espírito que nos faz seguir em corpo.

É preciso repensar cada um seus caminhos eleitos, como fez o poeta morto, Ferreira Gullart, para não habitar o espaço da hipocrisia, festejar a mentira em que se vive e MATAR O ESPÍRITO.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 07/12/2016
Reeditado em 07/12/2016
Código do texto: T5846713
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