Vinhos finos

Faz algum tempo que noto em alguns amigos uma certa afetação hilária, um surto de frisson cosmopolita de marré-marré, uma amostração fora de série.

Dentre as manias de cosmopolitas em compotas está a de bancar grandes conhecedores de vinhos finos. Viraram someliers. E tome papo chato, explicando que tal vinho é mais encorpado, assim, assado e o escambau de detalhes, que o tinto deve ser tomado com tal comida, o branco com outras. E como não manjo nadinha de vinhos fico calado, dia desses enquanto eles discutiam sobre uma marca de vinho, eu comecei a fazer palavras cruzadas. Um deles me presenteou com uma garrafa de vinho do Porto, havia guardado, mas minha filha que é médica me mandou tomar um cálice depois do almoço, disse que é bom para a digestão.

Bom, mas fico espantado com o conhecimento de vinhos ginod por esses amigos, porque os únicos vinhos que se tomava na terrinha era o vinho de Jurubdba e o São João da Barra. Ás vezes nos domingos se abria um Imperial, mas psra fazer sangria, misturava-se com água e se botava açúcar. A bebida que se tomava ers cachaça, cerveja e Montilla com Coca. Mas depois de umas visgens ao Chile e a Argentina viraram cosmopolitas em compotas, e só tomam vinho em taças grsndes, esquecidos dos copinhos de vidro de extrato de tomate.

Como continuo matuto do beição ainda permaneço fiel à cachacinha. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/12/2016
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