Pitangorgia...

A comparação é inevitável: a festa de 2015 foi muito maior. E é fato,

foi inovadora em matéria de participação ampliada, cenário inusitado

e um país, embora indignado, ainda pacificado. Nada a temer contudo,

nada a desmerecer a realização deste ano da graça de 2016, ano em que

a honorável casa do Calisturco, pai de Nilza, Albertinho, Zezé,

Arlete, torna-se centenária - leia lá no seu frontão - e o seu

jasmineiro continua sendo aromática inspiração...

Embora tendo me reunido à moa apenas depois da noa - para quem se

lembra bem, a noa, consoante os registros bíblicos era a nona hora do

dia, que raiava às seis da matina - pude sentir os eflúvios

ético-etílicos dos animados e resilientes participantes. Figura

emblemática de nossas glórias ludopédicas e ludomédicas lá estava o

grande guarda-valas Marcia, do gol ao golo, com a liquidez e fluidez

dum monjolo...

E quantos clãs tradicionais não prestigiaram o evento, em número,

gênero e grau: os Tinoco, os Scapolatempore, os Chaves, o Picões -

mais numerosos estes últimos, embora ausente o patriarca, quase

centenário, e, inobstante, Paulo para toda obra...

E representações individuais e conjugais, e até filais, compuseram o

quadro presencial mas uma tentativa de os nomear aqui resultaria

infalivelmente no imperdoável esquecimento de alguém ou alguéns. Daí,

na falta de preenchimento desse quesito, pela presente oficio ao nosso

Presidente para que nos futuros encontros disponibilize, se possível,

a lista de presenças, para que essa lacuna possa, finalmente, ser

sanada.

E se espaço no grande salão haroldiano sobrou, o bom som, de raiz,

galhos e matriz, gerado pelos Chaves e Tinocos, e Caldas - além da

vocalização plena da bela Teixeirinha - todo espaço ocupou. Palmas

para e execução, a pedidos, e a perdidos, da Boate Azul que, tanta

saudade e vontade matou.

Acolhido na mesa presidencial, mas forçado a dispensar o champã e o

caviar, em razão de convalescença de remoção vesicular - tive a

honrosa reparação do impagável - mas sempres exigente e intransigente

Bécaud, que me ofereceu, como recuerdo, a gloriosa malha alvi-rubra do

CAP, número nove, o mesmo que foi honrado pelo galã-artilheiro Luís do

Sacramento há cerca de meio século - ou meio sáculo? Preterido nas

escalações anteriores, não sei se em razão de minha forma tísica, ou

se por puro capricho de nosso eterno coach, a verdade ou vermelhidade

foi que me senti plenamente ressarcido. Para a próxima peleja, vou

deixar as reclamações de lado e partir para o pau na disputa da

posição com o Tulim da Ném, ou com a nova aquisição da equipe, trazida

pelo Marcelo Spray, o fabuloso e insinuante Dirran.

E como se os humanos fossem astronautas, foi reconfortante, na

ausência do pai Bolinha Santiago, ver o filho Yuri juntar-se a festa

Que foi bonita, pá. Mas a camisa pink de Marcô, ah, sim essa a cena

roubou...

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 04/12/2016
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