Meu amigo apaixonado!
Meu amigo apaixonado!
Tenho vários, mas este é especial. Outro dia ele insinuou, no Facebook, os efeitos do amor em sua vida, o transformaram em outro homem. Que bom! Este sentimento costumeiramente faz sofrer.
O meu amigo, que sorte, aprendeu que desaprender é um modo maduro de aprender!
Gosto de lidar com três situações de suas desaprendizagens: os sonhos, o amor e a solidão.
Sobre o amor, considero minha publicação “Deuses, estes inconsequentes!”, bem esclarecedora: “A minha implicância com Cupido, seja Eros, Amor, é a sua dimensão infantil, adolescente, que não é capaz de sustentar aquilo que apregoa, a reciprocidade amorosa. Cupido, por ser infante, não sabe que o veneno da sua seta certeira contamina só o coração trespassado, que se inunda de uma sensação indizível de prazer e, ao mesmo tempo, a necessidade terrível do outro”. É isto que faz sofrer!
Os sonhos são sonhos. Enquanto somos crianças e adolescentes temos a convicção de que eles vão se realizar e nisso nos empenhamos. Está certo e é saudável.
Mas chega a hora da chatice da vida adulta e temos a obrigação existencial, não de desaprender, e sim aprender que os sonhos não se realizam completamente, só parcialmente, só em pequenas dimensões e, como adultos, para o próprio bem, não podemos ficar a dar sapituca por causa disso!
O ser humano é condenado à solidão. Ela nos acompanha o tempo inteiro, da gestação à velhice, até a hora da morte. É na velhice que ela fica mais evidente. Não precisa nem estar num asilo, o idoso dentro de casa, no seio da família, a vivencia de maneira contundente. Mas é claro que ela está presente entre crianças, jovens e adultos. São os momentos de fossa, a pessoa se sente terrivelmente só, abandonada, desamparada... e está, é a solidão! Aqueles momentos em que a multidão não faz sentido, os muitos amigos não são suficientes, é você e a solidão de você mesmo...
Volta a chatice da maturidade, o esforço para suportar a solidão sem sucumbir!
Ituiutaba, 4 dezembro 11 horas.