Recordar só na imaginaçãp
Confesso que sou apegado ao passado. Sem recordar não vivo. Sim, sou um saudosista inveterado. Não há um dia que não rememore meu passado. Mas apenas na imaginação e nos bate-papos com os amigos, nunca revisitando locais onde vivi belos momentos, principalmente na infância e sdolescência. Fazer isso, entendo, seria derrubar um castelo de areia que o vento da realidade fria leva pelo ar de roldão. Ver esses locais com os olhos de adulto, locais que a memória recorda com fascinação me causaria decepção porque veria que são pequenos, mixurucas, acanhados, insignificantes à luz do fascínio da minha memória, daquele munfo mágico que eu revordo.
Acho que Proust tinha razão quando disse: "Alegam os poetas que, ao adentrar alguma casa ou algum jardim onde moramos quando jovens, reencontramos por um instante aquilo que fomos. São perrgrinações muito arriscadas, que produzem em igual medida sucessos e desilusões. Esses lugares fixos, contemporâneos de outros anos, é dentro de nós mesmos que mais convém encontrá-los".
Prefiro, portanto, apenas recordar viajando no tapete da imaginação e da recordação, o tempo, como Ataulfo no seu samba, que a gente era feliz e não sabia. Recordar é viver. Inté.