O AVISO DA BORBOLETA
Acompanhei pela ESPN Brasil, a chegada dos corpos dos jogadores, da delegação e dos jornalistas que foram dizimados nessa tragédia sem proporções que aconteceu na Colômbia, com o time da Chapecoense e fiz uma pequenina observação:
Os dois aviões da FAB pousaram no Aeroporto de Chapecó, depois das 9 horas da manhã, daquele sábado do dia 03 de dezembro de 2016, sendo que a primeira aeronave tinha o número 79 e pousou às 9:30 e o segundo de número 67 pousou às 9:45. Cada uma delas conduzia 25 caixões e sua tripulação naturalmente.
No primeiro avião, também chegou junto com a tripulação, o Prefeito de Chapecó, senhor Luciano, que o tempo todo não deixou de prestar sua solidariedade a todos os familiares dos mortos.
Ele havia viajado para Medellín imediatamente após o ocorrido e creio que só regressou ao Brasil, trazendo os corpos, como deve agir um estadista de respeito.
No aeroporto, os policiais desceram as urnas lacradas, uma a uma e enquanto alguns as carregavam, outros, os chamados lanceiros, formavam um cordão dos dois lados do tapete vermelho, por onde passariam os corpos dos jogadores e demais esquifes.
Chovia torrencialmente no momento da chegada dos corpos e uma coisa que me deixou perplexo foi que, em meio a tanta chuva e centenas de pessoas no aeroporto, uma borboleta pequenina dessas amarelas claras, quase branca, pousou no ombro direito de apenas uma pessoa.
Observei aquela manchinha clara no paletó escuro do cidadão e tenho certeza que a borboleta defecou naquele ombro horroroso, então pensei com meus botões:
Até os bichos estão sentindo essa tristeza e aquela borboletinha, como quem não quer nada, com seu gesto, está avisando a mais de 200 milhões de brasileiros que ali naquele exato momento e local, existe um traidor safado, morrendo de medo das vaias porque sabe que vem infernizando e destruindo a felicidade do povo do nosso país.
O prefeito Luciano, naturalmente receoso de que o dito safardana possivelmente ao ver o bichinho, o mataria com aquela mão branca trêmula e cadavérica, fez um pequeno gesto carinhoso e espantou a borboleta que voou para longe daquele espaço, mas deixou claramente definido para todos nós, o seu recado, eu garanto que se ela falasse, diria:
— Tomem cuidado com esse lixo, ele está fedendo como o fedor que é próprio dos traidores e não tenham dúvidas que está empesteando esse local sagrado. A borboleta estava certa.