QUEM PUXARÁ A DESCARGA AO SAIR?

Depois de tudo que assisti e li nas redes sociais depois que os deputados fatiaram todo o projeto popular que desejava cimentar no ralo da corrupção no Brasil, transformando investigados e investigadores, gostaria de saber quem puxará a descarga para descer as fezes acumuladas, ao sair?

“Da cabeça de um juiz, bunda de um neném novo, sabe-se que vem alguma coisa, mas não se sabe o que será” “o juiz está com crise de juisite aguda”; “alguns juízes pensam que são deuses; outros, tem certeza que já são” Ouvia muito essas frases pronunciadas por advogados quando caminhava pelos corredores do Tribunal de Justiça do Amazonas, em busca de notícias. Da Sede da OAB, onde entrevistava sobre a sede da OAB estava sendo construída em uma área pantanosa na antiga Av. Paraíba e hoje Av. Umberto Calderaro Filho, presidente José Paiva Filho, à 7ª Vara Criminal para ouvir o promotor de Justiça Danilo Du Silvan ou o juiz Luiz Antônio de Vasconcelos Dias ou subindo as escadas de madeira para falar com os desembargadores que formavam as poucas câmaras criminais e cíveis que existiam. Todos eles ficavam no segundo andar do histórico prédio, com vista para o Teatro Amazonas.

Gostava de conversar com eles. Eles, além dos juízes, também eram fontes de informações para o Jornal A NOTÍCIA. Conversava com os desembargadores Paulino Gomes, Luiz Verçosa, Paulo Jacob, que vi afastar um juiz quando era corregedor do TJ. Ele também era escritor premiado pelo “Walmap”. Durante o trabalho para o jornal, convivi com os desembargadores Azarias Menescal de Vasconcelos, Lúcio Fontes de Rezende, cobri as posses dos desembargadores G, Catunda de Souza e Daniel Ferreira da Silva. Vi o pai da hoje desembargadora Carla Reis, juiz Dr, Fausto Reis, escrevendo pacientemente sentenças à mão, com uma letra impecável. Conheci, convivi e conversava muito com os juízes Ludimilson de Sá Nougeira, Daniel Ferreira da Silva, que dizia possuir a maior biblioteca jurídica do Amazonas, Gaspar Catunda de Souza. O promotor do Júri, Lupercino de Sá Nogueira Filho, irmão do juiz Ludimilson, hoje é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Roraima. O promotor de Justiça Yano René Pinheiro Monteiro gostava de falar do tempo em que fora goleiro de futebol em times do Amazonas, além de outros que visitava para coletar informações. Quando descia as escadas do Fórum, observava advogados angustiados, esquentando seus paletós nos balcões dos gabinetes de juízes, esperando sua vez para serem atendidos, demonstrando angustia e temor, porque esperavam das sentenças, que já demoravam muito. Gostava de ler as sentenças do juiz Luiz Augusto Santa Cruz Machado, com mais de 30 páginas em média. Ele deu o nome à Rua Santa Cruz Machado. As sentenças do magistrado eram melhores que uma aula de um semestre inteiro no Curso de Direito, diziam..

E por que estou falando sobre essas memórias nessa crônica? Porque não considero justo transformar investigadores em investigados, mas deve existir uma lei que puna juízes e promotores em casos de crimes comuns, com a perda do mandato e sem recebimento de salários, como ocorreu com o promotor ìgor Ferreira, que matou a esposa grávida, fugiu e foi preso tempos depois. Ele perdeu o cargo, mas continua recebendo parte de seu salário. Em meio à indignação popular contra os deputados federais que transformaram as 11 medidas contra a Corrupção, em nada, divulgaram em redes sociais que o prédio da Câmara e do Senado foram transformados em grandes dois grandes vasos sanitários. Entre as torres do Senado e da Câmara aparecia um rolo de papel higiênico. Diante do que lia, meditei conclui e escrevi: “triste e derrotado será o país em que um “ladrão” mandará prender um juiz ou transformar investigado em investigador”. Mas vamos ao que interessa: o fatiamento das dez medidas anticorrupção e a retaliação contra os juízes, personificados na figura do juiz federal Sérgio Moro! Da cabeça dele, saem coisas muito boas para o Brasil. Igualmente ao juiz italiano, Aldo Moro, que sofreu agressões e ameaças da máfia, com diversos assassinatos de membros da força tarefa que a investigava, o brasileiro Sérgio Moro está puxando a descarga da podridão politica e corrupta que se instalou na Câmara Federal.

Restará ao último que sair preso da Casa, puxar a descarga do grande vaso sanitário para que nada reste de podridão e o Brasil volte a cheirar progresso e desenvolvimento novamente ou como de forma muito inteligente, definiu o leitor Fábio Silva: “nossos políticos são tão corruptos que corromperam todo o projeto anticorrupção” comentando postagem no Facebook, feita pelo leitor, advogado, juiz do trabalho aposentado e vereador e ex-presidente Raimundo Silva.

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 03/12/2016
Reeditado em 03/12/2016
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