Vaquejada, tourada, UFC, MMA, Boxe e outras humanidades...
VAQUEJADA, TOURADA, UFC, MMA, BOXE e outras humanidades...
Vou seguir o exemplo dos políticos.
Aproveitar enquanto todos estão focados na tragédia futebolística para dar o pitaco sobre o tema da desumanidade. Tomara consiga passar despercebido. Não é muita coisa que vou falar, nem tão contundente assim. Nada que eu nunca tenha enunciado. Em setembro de 2006, a minha implicância era com a campanha de humanização do SUS, e veementemente me recusei a ser humanizado. Tentei mostrar, repito aqui: “humanizar” é “tornar humano; dar condição humana a; fazer adquirir hábitos sociais polidos; amansar (animais)”, entre outras coisas do gênero, tal como, quando, ainda menino, tentava amansar, tornar humano um lindo canarinho. Queria a todo custo que ele se transformasse num guerreiro, gladiador terrível, que trucidasse tantos outros canarinhos, tal qual hoje homens bombas, EI, governantes, no UFC, MMA, fazem mundo afora. Queria, como algumas amigas, amantes de cadelas, gatos, periquitos humanizam seus bichinhos: cortam seus rabinhos, tosam, banham em PET SHOPS; vestem camisolinhas, lacinhos vermelhos nas orelhas, pintam suas unhinhas de rosa, na época de Copa, chegam a colori-los de verde amarelo, uma gracinha! Não deixo de recordar, domingo, feira popular, o mascate, mascateando, mostrando, altaneiro, um largato tiu botador de ovos e um pássaro preto assobiador do hino nacional. Tudo isto é humanizar.
A minha implicância recente é com a desumanidade.
Nunca fui a uma vaquejada, possivelmente nunca irei. Gosto de ver Barretos pela televisão. Me deliciou com o balé dos boiadeiros nos reprises em câmera lenta. Ás vezes, lá no Posto do Décio, esperando a nota fiscal, fico rindo da humanidade, ao ver vídeos onde um sem número de malucos correm na frente de touros, mesmo amarrados pelo pescoço, sempre passam por cima de alguém, ou chifram alucinados um humano caído ao chão.
Nas touradas, que nunca irei, imagino parte da torcida esperando vibrar quando o touro chifra um desavisado toureiro, assim como não é estranho a F1 ser vibrante segundo o número de batidas.
Não gosto de boxe, abomino UFC e MMA. É inevitável não conhecer as modalidades tamanha a exposição na televisão, chamando para uma nova luta. Os desafiantes, nada ingênuos, nem inofensivos, mas bem parecidos, se provocam, como na meninice, com a mão espalmada, desafiávamos quem fosse mais homem que ali cuspisse!
Não vejo as lutas, mas os rostos desfigurados de vencedor e perdedor é impactante, talvez, para algumas pessoas, tanto quanto cortar o pescoço de um frango caipira para comer ao molho pardo ou, um pouco mais dramático, ver os vídeos sensacionalistas do Estado Islâmico decapitando um refém ocidental!
Moral da crônica: tudo que ocorre no reino humano é humano.
João dos Santos Leite
psicólogo CRP 04-2674