Momento saia
Hoje resolvi fazer uma análise de todos os momentos de minha vida, e, da vida de nós mulheres, para isso resolvi relacionar estes momentos com as roupas que mulheres, hoje com mais de 50, já usamos e que por isso marcaram cada etapa de nossas vidas.
Momento mini saia: O momento da revolução feminina onde lutávamos e queríamos mais liberdade, liberdade para vestir-nos, liberdade para cuidar do nosso próprio corpo. Esse momento também poderia ser chamado de enrola-enrola. Quem de nós não saiu de casa com a saia abaixo do joelho até a esquina de casa, só até a esquina, pois dali em diante começava o famoso enrola-enrola, e chegávamos ao nosso destino com a mais espetacular mini-saia. Como estudei em colégio de freiras, quando ia a escola tinha trabalho duplo, já que precisava desenrolar a saia para deixá-la abaixo do joelho antes de entrar no portão da escola.
Momento cintura baixa: Durante a gravidez, qualquer coisa que usássemos, não subia jamais além do púbis, e lá íamos nós com o enorme barrigão exposto, lindo, pulsante. No verão tudo bem, mas no inverno, no sul do país principalmente, onde moro, a coisa pegava. Com um friozinho de quase 0ºC, as únicas peças que nos salvavam de um congelamento, era fazer um “empilhamento” de colant e jogar por cima um pesado sobretudo, não havia muito como variar. Este depois de muito usado, era passado entre amigas na próxima gravidez, dentro do grupo, ou deixado de lado no fundo de um armário. Posso falar com propriedade sobre esta fase porque passei pelas duas experiências, um filho em maio, antes do inverno, e, o outro em agosto, em pleno rigor do inverno.
Momento Roby de chambre: Essa fase acontece logo depois do parto. Com um corpo meio que disforme, nada serve, e também muitas vezes, por causa da amamentação, não temos tempo de pensar em procurar algo para vestir. Quando temos uma coisinha tão pequena e que nem ao menos pediu para vir ao mundo, chorando de duas em duas horas e querendo ser amamentado o Roby de chambre é utilíssimo. Nessa fase estamos e somos somente mãe. Perdemos um pouco aquela mania de cuidados com nós mesmo. Após parir, ficamos alienadas aquela cria e perdemos até mesmo o tesão no homem, por que ele em certos momentos nos trás a tona o sofrimento do parto e nos lembra dor. Então passamos a vê-lo somente como pai e reprodutor.
Momento elastano: Essa fase vem após o parto e se repete depois dos 40. Com alguns “quilinhos” a mais que tendem a chegar, ficamos em brigas constantes com a balança e isso nos deixa em pânico. Não aceitamos o nosso corpo e queremos castigá-lo. Quando deveríamos nos exercitar, achamos erradamente que podemos resolver o problema com o salvador “elastano”, e vamos apertando e ajustando tudo. Nessa fase se não nos conscientizarmos de que o que resolve mesmo, é o exercício físico e uma boa alimentação, teremos muitos problemas, e provavelmente vamos acabar lotando os consultórios médicos de várias especialidades como: cardiologista, endócrinos e terapeutas.
Momento jeans: Bom este é eterno como a vida, o conquistamos e ele se tornou nossa segunda pele. Rasgado, desfiado, desbotado, largo ou justíssimo, ele cai bem em qualquer hora e lugar. Com ele começamos um relacionamento no melhor estilo e o acabamos com classe.
Momento saia: Essa fase eu estou vivendo e adorando, vem depois dos 50, num momento em que não estamos com muita preocupação sobre o peso, e, parece também que como ele, o peso, já não nos incomoda tanto, e em muitas vezes, num passo de mágica ele tende a estabilizar. Sentimo-nos mais leve, mais solta, igual ao nosso corpo dentro de uma bela saia, quando nossa alma parece levitar. Sem as preocupações com uma gravidez inesperada, nos soltamos mais no sexo, temos mais tesão, nos tornamos mais experientes, mais independentes, mais exuberantes e com certeza muito mais fêmeas.