Observar o drama dos táxis nos faz compreender o quanto é danoso não termos uma mídia ética e comprometida com a seriedade da informação. A técnica usada para o massacre dos taxistas na grande imprensa foi a mesma usada para efetivar o impecheament e o golpe parlamentar. O patrocinador indica a vítima, os jornais impõem meses seguidos de notícias seletivas com caráter pejorativo, ataques morais, contaminação genérica, motivação ao ódio e anulação do senso crítico. Com a presa abatida, oferecem uma solução falaciosa, apresentam outra escolha como modelo eficaz, criam um senso comum, exterminam o alvo e o substituem pelo objeto que atende aos anseios do grande capital. É a mentira transformada numa falsa vontade coletiva. Se após a operação algo der errado, não há responsáveis, foi a voz das ruas que escolheu, ela que pague o pato. São poucos os jornalistas que ousam contrariar os poderosos interesses, ganham mais espaço com a cumplicidade inescrupulosa. A opinião pública, hoje e sempre, não passa de manipulação privada. Dependendo da força e do sucesso da campanha, o Judiciário se agrega como cúmplice e garantidor do resultado final. Assim caiu a Dilma, assim cuspiram na democracia, assim inventaram o Temer, assim fizeram do taxista um criminoso e do crime do Uber uma virtude.