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Está claro, mas na minha mente à noite ainda não terminou, noite vil, quente e silente potencializadora das minhas dores e também das de muita gente, aqui estou e tenho percebido minha pele sem nenhuma força para reagir, meus olhos mergulham em negras olheiras e doem, denunciando minha noite arrastada e acusadora e só depois disso percebo que ainda não dormi, nada.

Me pergunto até onde todas essas noites em claro irão me levar? Na tentativa de fugir de todo o tormento por não dormir, tento soluções que em nada conseguem à situação modificar, hoje por exemplo eu tentei não dormir, é que todas às vezes eu tentava e não conseguia, e pensei que o inverso das atitudes e tentativas pudessem alguma coisa mudar.

Ledo engano, parece até que não dormir é coisa que meu corpo fez questão de por em meus planos, sem ao menos perguntar a mim se aceitava à adesão de todos os horrores que uma noite em claro é capaz de proporcionar. Hoje, mais do que nunca tenho certeza de que a verdade é que já estamos todos mortos, e que esse é modo que à vida encontrou de nos igualar.

Consternado, acabo de ter ciência da tragédia que ocorrera, e como ela já passou a me afetar, não vai faltar pensamentos e tristezas por um período de tempo exacerbado, nessas horas a sensibilidade se tornar um fardo, tudo por mim é absorvido, sem falar que o número de pessoas nas minhas orações, consequentemente irá aumentar, sempre aumenta.

Narrativa desencontrada, não consigo frear meus pensamentos, e na ansiedade em que me encontro não me deixam descansar, estou sufocado, não tenho atentado para o que estou a escrever, perdoe-me eu só quero me livrar desse embaraço que na minha mente acabou de irromper, tento chorar e não consigo, mas percebam meus versos são lágrimas, se eu não os escrever eles irão me afogar, tenho que fazer alguma coisa pra tentar descansar, essa noite parece que não terá fim.

Uil