O HOMEM SEM ROSTO
Ele anda pelas ruas
Ninguém o vê;
Ninguém o nota.
Ele caminha beira mar,
Ninguém o observa.
Será que é um homem,
Talvez uma mulher,
Uma combinação bem sucedida dos dois,
Ou a mistura heterogênea de todos.
Passa despercebido,
Não chama a atenção,
A não ser para quem olha,
A não ser para quem sabe olhar,
Só para quem sabe olhar.
Não tem tempo para parar,
Para sem poder pensar.
Pensa sem poder observar,
Observa e não consegue enxergar
Move sem sair do lugar.
Seus olhos estão vidrados em uma tela,
Sua tela já não é mais propriedade sua.
Perdeu sua individualidade,
Apenas anda sem rumo pelas ruas.
Está em busca de interação,
É virtual, com status de paralisação.
É o homem do futuro,
Instável, indiferente, carente de comiseração.
O homem sem rosto...
Ele não era ninguém,
Ninguém olhava para ele,
Ele não via ninguém,
Ninguém o via também.
Até que o colapso cibernético chegou,
Homem e máquina... Misturou!
Quem é quem, afinal?
Quem se afina no artificial.
O homem, a máquina...
Maquina o que não pode fazer.
Sonha com o pesadelo real.
Um pouco de mim, pouco de você.