AS “AFLIÇÕES” DO COTIDIANO... 14h55min.

Nosso país vive um triste momento, de incertezas, na política e na economia, e o que é pior, com índices de violência em escalas jamais imaginadas; há até uma preocupação diante de tudo isto, há o receio de sermos a próxima vitima...

Sábado, tudo corria normal, em plena primaravera, céu de brigadeiro, até parecia que já estávamos em pleno verão; quando a filha mais nova adentra a sala, - estávamos assistindo o programa Meu Paraná, que passa semanalmente - chorando, apagamos a TV e a abraçamos, pedimos que se acalmasse, - a principio pensei em acidente de carro – quando finalmente conseguiu falar, contou que foram assaltadas no Salão de Beleza...

Dois assaltantes, que aguardavam uma oportunidade, quando a porta de vidro foi aberta para uma cliente, entraram juntos, anunciando o assalto, de arma em punho, fazendo ameaças, que naturalmente deixou todas perplexas, não acreditando no que estavam evidenciando...

Ao mesmo tempo ordenou que a rotina do salão, não parasse, nossa netinha estava fazendo um penteado, pois às quatro horas da tarde, faria apresentação de dança de seu colégio - foi então que começou o roubo dos pertences das vítimas, revistando bolsas, pegando celulares, anéis, joias – felizmente, não se interessaram pelos cartões de crédito - e pondo tudo numa sacola, que trouxeram com eles.

Quando um deles perguntou, em tom de ameaça: "_de quem é o carro estacionado?"

_ "Se não me responderem vou começar a dar “coronhadas” em vocês..." Nossa filha “solicitamente” se manifestou apontando para o carro que ela dela, teve que dar a chave, explicar que o controle remoto estava separado do chaveiro. Nossa filha ainda argumentou que seu carro era 2004, quando um deles prontamente respondeu, não estamos pegando para vender.

Antes de saírem com o carro, e os pertences das vítimas, as prenderam, numa das peças do salão. A dona do estabelecimento conseguiu esconder seu celular, debaixo de sua roupa, e isto não foi percebido por eles. Ela esperou por alguns minutos, telefonou ao marido, que veio libertá-las...

Ela foi ficando mais calma; até comentamos, tudo poderia ser bem pior, há os marginais que obrigam a vitima a fazer saque em banco. Quanto ao carro, afirmamos que poderia compartilhar o nosso, para que outras decisões fossem tomadas; mas acabei afirmando, que tinha intuição que seu carro seria “abandonado”...

Passado certo tempo, improvisamos um almoço de última hora, que acabou dando certo.

Quando chamou o marido, também chamou a polícia, que lá chegaram dez minutos depois. Prontamente fizeram o boletim de ocorrência sobre o roubo do carro, mas era preciso esperar 24 horas, isto é, irem à delegacia indicada, para efetivar a ocorrência do roubo do veículo...

Apesar dos transtornos a netinha, conseguiu participar normalmente da apresentação, a esposa os acompanhou.

Pela manhã já estavam se preparando para irem no local indicado, - a Delegacia - quando o celular do genro tocou, era um bom samaritano, avisando que em sua rua, quase de frente a sua casa, havia um carro abandonado. Disse que entrou no carro, - não haviam ligado o alarme – abrindo o console viu o manual de compra com a nota fiscal que constava seu telefone.

Foram no endereço indicado, logo depois chegaram os policiais, que fizeram os procedimentos de praxe, para liberar o veiculo. Nada foi retirado, exceto uma boneca de estimação da netinha - deixaram a chave, com alarme, o Clio de estimação estava intacto, apenas com um dos pneus vazio, que teve que ser trocado...

Não deixam de serem os “entraves” do cotidiano; cujas causas reais da violência, em que é difícil saber quais as razões de tudo isto que está acontecendo... Seria pela ausência de uma escola digna? De lares desestruturados? Sem as “sementes” dos valores de cidadania, e do respeito à vida? 16h02min.

Curitiba, 28 de novembro de 2016 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 28/11/2016
Reeditado em 29/11/2016
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