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NUM DIA DE PROTESTO - O DESERTO DAS RUAS
Ysolda Cabral
Tenho medo de ruas desertas... Parar num semáforo é um risco enorme! Atrás de um poste, de uma árvore, do carro ao lado, ou numa moto pode estar escondida a morte. O pesadelo é real e é preciso estar atento. Mas, estar atento não resolve nada. Segurança é coisa que não se sente e perspectivas de coisas boas só existem no âmbito da esperança que é característica forte do nosso povo.
No dia de ontem vivi tudo isso e mais um pouco. Deve ser a idade que me deixa covarde, ou talvez o coração já não suporte tantos baixos porque altos só nos preços... Daqui a pouco nos limitaremos ao básico do básico do limite de tudo.
- Seria o fim próximo? Não sei. O que sei foi que, sair ontem para trabalhar foi bem complicado. Difícil mesmo!
Saí por volta das 07 da manhã, muito atrasada para um dia normal, contudo o dia não era normal. A ordem, de não sei quem, era para o país parar e protestar veementemente e a todo custo, e a qualquer preço, contra os desmandos e pretensões de novos mandos do governo desgoverno, para cumprimento do povo, já tão sacrificado e sofrido. E como se não bastasse no meio de tudo isso, muitas pedras no caminho – os vândalos, os desprovidos de qualquer sentimento que, diante de um momento assim, não relutam em praticar maldade em abundância e indiscriminadamente.
As ruas e avenidas estavam desertas, poucos veículos circulando. - Que coisa assustadora! Para se ter uma idéia, um percurso que faço normalmente em uma hora e meia, fiz em vinte cinco minutos e rigorosamente dentro da velocidade permitida, apesar do medo. - Foi estranho e muito, muito assustador!
Logo estava no trabalho, porém não me sentia segura e nem relaxada. Só pensava em como seria à volta para casa, onde deixei minha filha dormindo sossegada e sem saber do deserto das ruas... – E se eu não conseguisse voltar?
Lá pelas nove, os colegas que iam chegando para trabalhar, mostravam fotos tiradas de alguns pontos da Região Metropolitana do Recife, onde o deserto estava preenchido de terror, com queima de pneus, gritos de ordem, ameaças a quem quisesse prosseguir.
E, antes que tudo piorasse, aceitando a sugestão de um superior hierárquico, peguei as chaves do carro e corri para casa.
A volta não foi diferente da ida, mas cheguei rápido e sem atropelos. Agradeci a Deus e chorei com saudade de um tempo que a gente também achava ruim, mas, decididamente, não era tão ruim e nem tão assustador assim.
No dia de ontem vivi tudo isso e mais um pouco. Deve ser a idade que me deixa covarde, ou talvez o coração já não suporte tantos baixos porque altos só nos preços... Daqui a pouco nos limitaremos ao básico do básico do limite de tudo.
- Seria o fim próximo? Não sei. O que sei foi que, sair ontem para trabalhar foi bem complicado. Difícil mesmo!
Saí por volta das 07 da manhã, muito atrasada para um dia normal, contudo o dia não era normal. A ordem, de não sei quem, era para o país parar e protestar veementemente e a todo custo, e a qualquer preço, contra os desmandos e pretensões de novos mandos do governo desgoverno, para cumprimento do povo, já tão sacrificado e sofrido. E como se não bastasse no meio de tudo isso, muitas pedras no caminho – os vândalos, os desprovidos de qualquer sentimento que, diante de um momento assim, não relutam em praticar maldade em abundância e indiscriminadamente.
As ruas e avenidas estavam desertas, poucos veículos circulando. - Que coisa assustadora! Para se ter uma idéia, um percurso que faço normalmente em uma hora e meia, fiz em vinte cinco minutos e rigorosamente dentro da velocidade permitida, apesar do medo. - Foi estranho e muito, muito assustador!
Logo estava no trabalho, porém não me sentia segura e nem relaxada. Só pensava em como seria à volta para casa, onde deixei minha filha dormindo sossegada e sem saber do deserto das ruas... – E se eu não conseguisse voltar?
Lá pelas nove, os colegas que iam chegando para trabalhar, mostravam fotos tiradas de alguns pontos da Região Metropolitana do Recife, onde o deserto estava preenchido de terror, com queima de pneus, gritos de ordem, ameaças a quem quisesse prosseguir.
E, antes que tudo piorasse, aceitando a sugestão de um superior hierárquico, peguei as chaves do carro e corri para casa.
A volta não foi diferente da ida, mas cheguei rápido e sem atropelos. Agradeci a Deus e chorei com saudade de um tempo que a gente também achava ruim, mas, decididamente, não era tão ruim e nem tão assustador assim.
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Praia de Candeias – PE.
Em reflexão para mudanças
26.11.2016
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
Tristeza, ou saudade, sem pudor.
www.fugindodocontexto.blogspot.com.br
Para ler escutando a música de fundo, acesse:
www.ysoldacabral.prosaeverso.net
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