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Uma daquelas noites em que tu percebes que não é nada e que tens que ler e que só isso poderá te salvar, bem hoje pude claramente isso perceber, mas do lado inverso algo passou a me frustrar, há tempos eu tenho dificuldade para ler, posto que minha atividade mental é acelerada, é muito difícil para de pensar.

Minha mente está tão cansada, que uma simples conta de matemática, tenho problemas para realizar, mas não que me falte discernimento ou algo assim, é que dói a cada vez que profundamente eu tenho que pensar, e essa dor me remete à loucura. E hoje o que mais sinto falta é de literatura, das coisas e autores que me inspiram e inspiraram, que me auxiliam e promovem meu bem-estar.

Não sou nada sem ler, é a extensão do que escrevo, afinal ninguém consegue escrever, sem antes ler, é que uma coisa não funciona sem a outra, é a mesma coisa que existir sem ar. Agora, estou eu acordado na madrugada, até parece que não me sobrara mais nada, e isso me ratifica a ideia de estar perdido, sem possibilidades de me achar.

Tenho uma coisa para confessar, não escrevo na expectativa de que me possam e de que vão ler, mas tão somente por que, escrever é a única coisa capaz de me desafogar, eu absorvo tudo e guardo o mundo em mim, juro que se não escrevesse já teria me afogado, e que se isso não fosse suficiente eu teria me matado, porque em verdade tudo isso, toda essa vazão de sentimentos, é uma forma silenciosa de se suicidar.

Entendo que toda vez que escrevo e desafogo, que minha poesia se vai de mim e não posso mais controlar, é que o mundo é um tanto sem efeito, logo o que escrevo é de quem se identifica, e de quem é capaz de se identificar.

Há tempos, na verdade eu nem lembro se algum dia escrevi para mim, não há nada em mim que eu possa homenagear, na verdade eu escrevo na esperança de que um dia eu possa esgotar a minha sensibilidade, e que assim eu não seja tão covarde, a ponto de sentir tudo e dessa forma, que acabe em mim a vontade de tudo eternizar.

Infelizmente eu, essa proeza ainda não consigo, pois a cada texto escrito, é como se fosse a primeira vez, e que nada fosse capaz de me parar, mas hoje eu fico por aqui, estou exausto, talvez amanhã, eu tenha algo para falar.

Uil

Elisérgio Nunes
Enviado por Elisérgio Nunes em 26/11/2016
Código do texto: T5835130
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