NO TEMPO (AINDA) DA DELICADEZA
Uma coisa é um médico ser recomendado por alguém para um atendimento domiciliar ou em algum hospital. A outra é um estranho lhe ligar pra solicitar este atendimento, dizendo que lhe encontrou em algum catálogo de profissionais e precisa de sua ajuda.
Isto aconteceu hoje comigo. Nas cidades grandes a gente fica desconfiada. Sempre suspeitamos de alguma armação contra nós, perpetrada por pessoas de má índole...
Procurei ver o endereço na Internet. A violência está tão presente que a primeira coisa que pensei era que alguém queria me sequestrar e armou uma situação. Alguém no outro lado da linha dizia que sua mãe era uma senhora com quase cem anos, muito doente, aos cuidados de um homecare, mas precisava de uma avaliação ginecológica emergencial.
Eu topei, mesmo desconfiada com a coisa. Será que queriam armar alguma comigo? Seria um assalto, um sequestro? E se realmente uma pessoa estivesse precisando de mim?
Armei um esquema e chamei Monica Bronzoni pra me auxiliar, avisando-a sobre as minhas duvidas:
-“Estou com medo...”.
-“Leila, você acha que alguém vai querer te prejudicar com hora marcada e dando endereço?!”.
-“Acho que não. Não tenho nada pra tirarem de mim!”.
Gente, ao entrar àquela casa, logo de cara eu senti coisas boas e coisas tristes. Eu senti tudo o que um dia já passei pessoalmente. Gente de valor, muito amor espalhado em cada canto. Ao ponto de eu e Mônica acharmos que já conhecíamos aquelas pessoas de algum lugar no passado. Foi uma tremenda coincidência o que eu senti e minha auxiliar também.
Eu fiz o atendimento e fui remunerada, mas me comprometi a me chamarem toda vez que necessário daqui pra frente, sem ônus. Eles precisam. Eu posso ajudar, dentro da minha insignificância.
Foi um pacto de confiança. Selamos no dia de hoje o respeito, a esperança, a caridade. O mundo não está perdido, sabiam?
Eu não sou religiosa como minha enfermeira incidental. Tivemos, mesmo assim, um exemplo súbito de amor ao próximo - o mais improvável, embora adivinhado. Um “risco” que valeu a pena passar, que escreveu algo no nosso rascunho da vida.
https://www.youtube.com/watch?v=zZuLaKRvXm4
Uma coisa é um médico ser recomendado por alguém para um atendimento domiciliar ou em algum hospital. A outra é um estranho lhe ligar pra solicitar este atendimento, dizendo que lhe encontrou em algum catálogo de profissionais e precisa de sua ajuda.
Isto aconteceu hoje comigo. Nas cidades grandes a gente fica desconfiada. Sempre suspeitamos de alguma armação contra nós, perpetrada por pessoas de má índole...
Procurei ver o endereço na Internet. A violência está tão presente que a primeira coisa que pensei era que alguém queria me sequestrar e armou uma situação. Alguém no outro lado da linha dizia que sua mãe era uma senhora com quase cem anos, muito doente, aos cuidados de um homecare, mas precisava de uma avaliação ginecológica emergencial.
Eu topei, mesmo desconfiada com a coisa. Será que queriam armar alguma comigo? Seria um assalto, um sequestro? E se realmente uma pessoa estivesse precisando de mim?
Armei um esquema e chamei Monica Bronzoni pra me auxiliar, avisando-a sobre as minhas duvidas:
-“Estou com medo...”.
-“Leila, você acha que alguém vai querer te prejudicar com hora marcada e dando endereço?!”.
-“Acho que não. Não tenho nada pra tirarem de mim!”.
Gente, ao entrar àquela casa, logo de cara eu senti coisas boas e coisas tristes. Eu senti tudo o que um dia já passei pessoalmente. Gente de valor, muito amor espalhado em cada canto. Ao ponto de eu e Mônica acharmos que já conhecíamos aquelas pessoas de algum lugar no passado. Foi uma tremenda coincidência o que eu senti e minha auxiliar também.
Eu fiz o atendimento e fui remunerada, mas me comprometi a me chamarem toda vez que necessário daqui pra frente, sem ônus. Eles precisam. Eu posso ajudar, dentro da minha insignificância.
Foi um pacto de confiança. Selamos no dia de hoje o respeito, a esperança, a caridade. O mundo não está perdido, sabiam?
Eu não sou religiosa como minha enfermeira incidental. Tivemos, mesmo assim, um exemplo súbito de amor ao próximo - o mais improvável, embora adivinhado. Um “risco” que valeu a pena passar, que escreveu algo no nosso rascunho da vida.
https://www.youtube.com/watch?v=zZuLaKRvXm4