METAS PARA UM QUASE ANO NOVO
Dezembro bate à porta, me lembram o cobrador, o porteiro, a moça da padaria e o cara dentro do elevador. Vida doida, corrida, de prazos infindáveis. Eu que não quero emendar assunto para não criar ansiedade fora de hora. Porque toda vez que alguém puxa essa conversa é inevitável não se perguntar: o que fiz esse ano todo?
Tem quem aconselhe a não olharmos para trás. Mas é admissível no fim do ano darmos aquela espiada no passado, não para cairmos na tentação do flagelo ou vitimismo de não termos alcançado metade das promessas do Réveillon, mas para entendermos onde foi que nos distanciamos das metas empolgadas que tanto sonhamos lá no início.
Um meme engraçado me chamou atenção esses dias nas redes sociais. Nele dizia: a vida não pode ser pagar boletos e engordar. Justamente o que a gente passa o ano todo fazendo e no último mês entra numa de fazer ‘balanço’. O vizinho de porta diz que não te vê, a mãe reclama que você não retorna as ligações, o amor anda saindo sozinho e os amigos – bem esses desistiram faz tempo. Mas os boletos... esses estão em dia, e você anda fugindo da balança. O ‘você’ da história pode ser eu ou pode ser você mesmo. Somos todos personagens desse drama chamado cobrança de fim de ano.
A sofreguidão chega porque sabemos que os planos não realizados dependem única e exclusivamente de nós e nem sempre estão ligados a dinheiro ou outras condições de fazê-los sair do papel. Podem ser simplesmente: tornar-se mais paciente, fazer dieta, cuidar da saúde, sair do sedentarismo, parar de reclamar, viajar mais, estudar ou estar mais próximo de quem se gosta. Coisas que vamos boicotando ao longo do ano por falta de tempo ou de prioridade.
Mas, eu que não quero adiantar promessas. Só peço que 2017 não fique ansioso para chegar porque eu estão estou com pressa.