DÚVIDA EM DÚVIDA

Paro e penso, será que ele não é meu pai ou será que ele é meu padrasto mas não, ele trata me pior do que um padrasto.

Que figura paternal ele representa para mim na verdade! Não posso buscar respostas tenho medo de provocar outra duvida, olho para os lados ninguém disponível para dizer me a verdade embora embriagado pelas humilhações diárias que suicidam a minha alma, por isso quando ando já não vejo a sombra que assombrava a minha alma.

Não pedi para vir ao mundo, não sei se pudesse escolher, viria ao mundo. Sou mais uma vítima da falência dos valores éticos e morais que já não regem uma convivência entre os seres humanos.

Sou humilhado por não ter tecto para “estender os meus ossos”, na minha própria casa sou tratado como inclino que atrasa constantemente o pagamento da renda, sinto me a viver de favor nesta casa que desde a sua edificação sempre estive lá disposto a dar o meu “sangue e suor”.

Tenho questões sem respostas, sofro sem me aperceber, será que estou distraído ou habituei me ao inabitual. Num passado recente ele não era assim ou era, a minha ingenuidade não percebia. Finalmente caiu a sua mascara, a ovelha que sempre cuidou de me hoje é um lobo sedento de raiva e sangue, que quer acabar comigo. Será que ele vai conseguir?

“Oh pobre vida, vivo na miséria, sem reconhecer a esperança, a minha esperança é sofrer”.

Diariamente penso em consumir bebidas alcoólicas mas já estou consumindo toda garrafa. Perdí a lucidez em quanto estive embriagado pelo vinho da vida, tento fumar mas já estou com os lábios pretos de tanto fumar e as mãos com aroma de “nicotina”.

Cada grau de “nicotina” desagua com lágrimas de sangue no meu cinzeiro, lábios pretos, olhos vermelhos cheio de sangue não é possível ver o mesmo mas sinto o sangue a escorrer internamente nas minhas pupilas sem vida.

Será que ainda voltas a ser o pai dos meus sonhos? Ou será que eu estava dormindo e sonhando acordado porque agora vivo um pesadelo nesse castelo. Vivia num “castelo de gelo” infelizmente derreteu e a água foi consumida pelas “trevas”.

Dúvida em dúvida, certeza em certeza, sofrimento em sofrimento, ódio em ódio, embriaguez em embriaguez, pesadelo em pesadelo, frustração em frustração...

Euclides Da Flora