Americanos

Sou avesso aos EUA, não sou chegado a americanos, mas adoro o cinema, a literatura e a múcica daquele país. Se hoje ainda sou antiamericano, avaliem em 1964 quando houve o golpe militar e prenderam grande parte dos comunistas, dentre eles o meu pai, e todos sabíamos que os americanos deram suporte ao movimento militar. Naquela época eu não só antipatizava os americanos, eu odiava.

Mas a vida sempre nos surpreende: naquele ano assumi meu emprego no BNB, e fui morar numa pensão onde moravam três americanos, jovens, dois rapazes e uma moça, não recordo se do Corpo da Paz ou Aliança para o Progresso. Comecei evitando-os, mas os danados simpatizaram comigo e eu fui me aproximando deles , falavam enrolado mas dava para entender. Subiam e desciam a Serra do Ororubá, diziam que procurvam minérios, não sei, se provuraram não acharam porque não existe isso na serra. Também ensinavam inglês a uma meia dúzia de elitizados, eu nunca quis participar das aulas, mas gostava de jogar baralho com eles. A dona da pensão sempre lembrava a eles: cuidado com esse sujeito ele é comunistas, os gringos riam que embolavam. Já no finalzinho da estada deles na cidade organizaram um jantar, foi qusndo provei galinha com açúcar, quase vomito, mas tive que comer para não ser indelicado.

Depois da saída deles senti um crto vazio, os americanos eram divertidos. Alguns depois recebi uma notícia triste, um deles, Teddy, justamente o mais alegre, havia morrido na Guerra do Vietnã.

Foi a monha experiência com os americanos. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 23/11/2016
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