Pequenas histórias 170
A pradaria de cimento
A pradaria de cimento se estende ao longínquo destino de pedras e cascalhos em surdinas de buzinas e fanfarra de vozes esgueirando-se nos escombros da fatalidade humana.
Escapa pelos dedos longos da necessidade sem conseguir escrever normalmente o nada vazio das escuras almas a procura de luz nos desvios pálidos estancando o sangue em cada farol.
Os olhos situam-se nas marquises dos sons desprevenidos de qualidade onde só se preocupam com a satisfação dos prazeres pouco importando com a qualidade e muito menos com as consequências.
Desvalidos de sentidos jovens drogam-se na incumbência em adquirir o conhecimento da fuga sem perceberem que a fuga está dentro deles chafurdando no abismo sem volta.
País sem qualificação de país pouco se importam ou pouco se preocupam com isto ou aquilo vivendo na emergência do presente levando-os a se esconderem do perigo que roda os seus.
Fecham-se as portas da percepção e tresloucados a humanidade grita no silêncio da carne a música que avassala a dor de cada um ao por do sol de cada dia.
Choram poetas drogados de sensibilidade os quais pouco tem a dizer a não ser lamentar a época de desvarios nas letras difícil de serem pronunciadas e muito menos escritas.
No fundo do quintal de cada casa corre um suave e brilhante riacho de futilidades alimentando de prazeres os poucos iniciados na arte de viver.
pastorelli