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Há dias, e aí entendam isso como às noites, que me falta assuntos para escrever, e me sobra vontade, noutros me sobra assuntos e me falta vontade, como nessa noite por exemplo, me sobra assunto e falta vontade, mas como sou do contra, como diz a minha mãe, eu tenho que escrever, já que comecei.

Hoje mais uma tentativa, das inúmeras que restaram infrutíferas, mas cedo eu tentei dormir, descansar e tentando lograr êxito nessa missão impossível, todos os eletrônicos eu desliguei, fiz o meu quarto silenciar. No entanto, sou especialista em ouvir silêncios, logo o silencio do meu quarto passou a incomodar, levantei...

Estou exausto, ao passo que minha mente acumula informações, meu corpo acumula peso, mas meu rigor intelectual não permite preocupação com padrões, e assim às coisas vão ficando desse jeito e formato, sem sucesso eu sigo procurando a ponta de todo esse embaraço que a minha vida está a passar.

Hoje tentei algumas conversas, as vezes eu preciso disso para poder o mundo captar. Mas, ninguém dispõe de tempo ou paciência para me ouvir, creio até que quem me ouve costumar se cansar, pois minha variação de humor é sem fim, polos extremos a se contrastar. Na noite, assim como no escuro, todos os meus sentimentos são potencializados, já me sinto só, e sozinho chega a assustar.

É um tanto piegas todo esse lamento, tenho sangue de guerreiro, nunca nego a dor, apesar de muitas vezes não conseguir aguentar e então eu escrevo, mesmo sabendo que não há jeito, mas é que por instantes chega a confortar. Desculpem-me é que agora não sei se levantei para escrever ou se escrevi para levantar, não estou conseguindo raciocinar direito.

Sinto cheiro do sol, mas talvez seja tão somente a minha ânsia pela luz e todas às coisas que o dia pode me proporcionar, hoje eu pensei tanto, o que já não me traz nenhum espanto, mas é que fora diferente, com uma sensação de leveza no ar. O ruim de pensar muito, é que quase sempre os pensamentos são ruins, principalmente quando não há muitas coisas boas para se pensar.

Hoje não foi diferente de ontem, eu até queria escrever algumas novidades, mas não as tenho é que os dias são deveras iguais, sejam os claros ou escuros, novamente aqui estou a escrever, é que cansei das minhas inquietações ocultar.

Os dias passam devagar, e esse último parágrafo decidi escrever deitado, por isso pode parecer assim tão forçado, logo eu sugiro que esqueçam o que acabaram de ler, não quero que estejam cansados, porque amanhã certamente tem mais, alguma coisa me diz que isso nunca mais vai parar.

Uil.

Elisérgio Nunes
Enviado por Elisérgio Nunes em 22/11/2016
Reeditado em 22/11/2016
Código do texto: T5830919
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