DIA ATRIBULADO

Acordar hoje já foi uma atribulação, pois desde ontem tenho “convidados”. Não, não estou dizendo que não são bem vindos, apenas que para uma solitária isso traz algumas mudanças, nem sempre más.

Ok, acordo muito cedo, normal tipo 5.30h., preparo o café e como sempre vou a meus afazeres pessoais normais.

Após meus cuidados comigo mesma, que desculpem, sou a pessoa mais importante do mundo, me volto a pensar sobre os outros viventes na terra de meu Deus.

Ainda dormem às 6.00h.

Ainda dormem às 7.00h.

Claro são normais...

Ainda dormem ás 8.00h., que quarto bom...

Ainda dormem às 9.00h.

Ainda dormem às 10.00h., putz chega!!!!

Isso aqui é uma casa, não de repouso!!!!!

O que fazer?

Cozinha, uma solução prática e segura, bacon e ovos fritando sempre dão certo, só o cheiro levanta qualquer cadáver.

Ufa, foi realmente o suficiente, levantaram.

Depois de um café da manhã tipo americano, com direito a tudo, inclusive iogurte natural feito por mim, e coalhada seca, bolo de milho, etc., vem a tão difícil pergunta dentro de minha cabeça: o que eles pretendem fazer agora?

Claro, sendo pessoas quase normais, não têm a menor ideia!

E assim sendo eu tenho que ofertar opções. Caramba o que fazer com uma criança?

Primeiro penso em enviar junto com o pai ao mesmo boteco, mas não colou, me livro de um e fico com dois, criança e mãe.

Lembrei: existe uma coisa na minha região chamada “pesque e pague”. Vamos lá, se é pra arrebentar tô dentro.

Graças à Deus choveu muito nos últimos dias, depois de uma seca memorável, então não se pode reclamar de lama.

Saímos com destino à lama, pelo menos eu tinha essa consciência, e nem estava assim tão difícil, chegamos, o importante é que chegamos ao local agradável, sem muitas pessoas (pois quando chove ninguém vai pescar, kkk não sabia), umas cervejas, enfim, foi bom pois esse pequeno comitê me fez sair do meu casulo habitual.

Após retornarmos, alguns camarões com cerveja me fizeram emudecer a razão e escarnecer da ideia do solitarismo ideal.

Como posso ser tão certa da razão da solidão como um ideal?

Como diz meu irmão: “você não aguenta um afago”.

É verdade, não aguento mesmo, qualquer afago já me ganha, e agora ao fim do dia sou obrigada a pensar se realmente quero não ter afagos, sejam eles de que forma forem.

Muito aconteceu na minha vida, muitas pessoas vieram me afagaram e partiram, e sabe o que mais? Foi bom pra caramba.

Sofri a vê-las partir? Claro!

Mas não seria pior se nunca tivessem entrado na minha vida? Claro!

Então, viva as pessoas que entram e saem da vida da gente no dia a dia, mesmo que isso te traga atribulações e te o brigue a sair desse casulo confortável.

E, apenas por saudade de um amigo que não conheço, priu.

Cinthya Fraga
Enviado por Cinthya Fraga em 20/11/2016
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