AMANDO, AINDA!
AMANDO, AINDA!
Amores perdidos, negados, adormecidos, sonhados... Na duvida, eu ainda prefiro sonhar. Percorrer mundos tardios, profanos, inacessíveis e, acordar feliz, esperar que ainda nos encontremos. Mas, essa noite eu vi que flutuavas atenta às plácidas marés amnióticas, e em inefáveis cores ao crepúsculo emitindo raios tão vibrantes e de excepcional brilho. Seria um enigma a ser decifrado, ou revisto, ou uma vida pulsante, ansiosa e repleta de amor, que recomeça?!
Fora os sonhos eu que vivo, a florescência dos amores que traz, eu falo com os fantasmas, aqueles mesmos que estão o tempo todo comigo e não me assustam, é que são como eu: metade amor e a outra também. E assim, o que é a solidão, se você tem a se, seus sonhos, suas lembranças e teus desejos, e quem sabe, ainda algum tempo para esperar e realizar.
E ao ver a luz do sol pingar sobre a casa como tinta dourada, e os pontos de sombra em uma jarra artisticamente decorada, e os pontos de sombra deslizam como alvos de sardas aqui e ali, apenas intensificam o rigor do banho de luz que determina esperança, essa tão impérvia como somos em relação à realização entre corpo e alma. É que prefiro o silencio delicado das almas felizes, que o estrepitante ruído da ostentação do prazer. Afinal, o amor move as motrizes universais, mexe com tudo e nem assim, pode ser visto, tocado, ou mesmo aprisionado, senão, não seria o amor. Não há o que deter a seara, a odisseia da vida, o amor, é muito mais que tudo isso... Ou então, quem move, motiva, quem gosta, ama ou, como eu, espera...
Airton Gondim Feitosa