Achou!
O Vinicius deveria ter uns cinco meses quando sua avó paterna saiu de Joinville para fazer sua segunda visita ao mais novo neto em São Paulo.
Nos dias que passou conosco, procurei fazer com que ela participasse da nossa rotina diária e sempre lhe pedia sugestões na hora de fazer as papinhas do Vinicius, e também seus suquinhos. Sei o quanto é importante participar da vida de quem amamos portanto queria muito que a Vovó Zulma sentisse à vontade em nossa casa.
A minha Mãe, como toda avó de primeira viagem, estava quase sempre presente no nosso apartamento que ficava três quadras da sua casa. Pensei que teria que presenciar cenas de ciúmes das duas na disputa pelo neto mas não houve nenhuma. As duas estavam sempre papeando como se fossem comadres há séculos.
- A senhora quer pegar o Vinicius no colo D. Ana?
- Imagine D. Zulma. Depois eu pego o menino. Pode ficar com ele, por enquanto.
- Então tá bem. Mas, quando você quiser é só pedir por que bem sei como é com o primeiro neto. Já tenho ... nem sei quantos netos são, meu Deus! Já perdi a conta!
Entre tantas risadas, peguei a minha sogra contando nos seus dedos. A prosa gostosa continuava e assim do nada a D. Zulma diz com aquele orgulho meio bobo de avó:
- São oito netos D. Ana. São seis meninos contando o Vinicius e duas meninas.
As duas mulheres sorriram e vejo que finalmente acharam aquela cumplicidade que antes da chegada do Vinicius não havia.
Os dias passam e a Vó Zulma procura distrair o neto mais novo com todas suas habilidades de avó que adquiriu com os demais sete netos.
Estávamos quase prontos para o nosso passeio de sábado no Parque da Água Branca quando me lembrei que tinha algumas toalhas para lavar. Pedi para minha sogra e o Carlos aguardarem alguns minutinhos enquanto colocava a máquina para bater. Ela sentou ao lado do neto e o filho foi buscar o seu boné no nosso quarto. Vendo aquele paninho dando sopa na cesta do carrinho, a Vovó nem pensou duas vezes. Foi logo cobrindo o rosto do netinho e logo em seguida, em questão de segundos, ao remover o paninho, cantou um, "ACHOU!"
Mas, qual não foi o espanto daquela mulher quando o bebê de cinco meses não correspondeu ao "ACHOU!" dela. Mas ela não se deu por derrotada. Ela queria ver aquele bebê sorrindo e dando gritinhos depois de tirar o paninho da cara dele, assim todo aquele teatrinho se repetiu: Vovó com paninho na mão, depois cobrindo o rosto do bebê e .... "ACHOU!" E mais uma vez silêncio total.
Vendo a decepção estampada na cara da mãe, o Carlos foi logo pegando o paninho e mostrando à mãe como nós brincávamos de "Achou!". Ele cobriu o rosto do Vinnie e ao tirá-lo cantou um: "Peek-a-boo! I see you!" e a criança se esbaldou naquelas risdinhas deliciosas que a gente não cansa de ouvir.
A minha sogra olhou com a cara bem feia para o filho e disse: "Nunca pensei que fosse ter que falar inglês para fazer o meu neto rir".
Naquele momento, me senti muito, muito mal. Ao pensar que aquela vovó queria arrancar risadinhas do seu neto e não havia conseguido, me fez sentir a mais criminosa das noras.
Expliquei que falava, cantava algumas musiquinhas e fazia brincadeiras como, "Peek-a-boo! I see you!" em inglês a fim do bebê aprender naturalmente um segundo idioma.
A minha sogra pareceu se conformar com a explicação e nos dias seguintes, aos pouquinhos, acabou aprendendo um pouco de inglês para interagir com o neto num segundo idioma.
Depois do ocorrido, fiquei mais atenta à escolha das brincadeiras e sempre procurava brincadeiras parecidas em inglês e português, assim o Vinnie aprenderia a brincadeira nos dois idiomas e euzinha não ficaria de saia justa novamente.
O Vinicius deveria ter uns cinco meses quando sua avó paterna saiu de Joinville para fazer sua segunda visita ao mais novo neto em São Paulo.
Nos dias que passou conosco, procurei fazer com que ela participasse da nossa rotina diária e sempre lhe pedia sugestões na hora de fazer as papinhas do Vinicius, e também seus suquinhos. Sei o quanto é importante participar da vida de quem amamos portanto queria muito que a Vovó Zulma sentisse à vontade em nossa casa.
A minha Mãe, como toda avó de primeira viagem, estava quase sempre presente no nosso apartamento que ficava três quadras da sua casa. Pensei que teria que presenciar cenas de ciúmes das duas na disputa pelo neto mas não houve nenhuma. As duas estavam sempre papeando como se fossem comadres há séculos.
- A senhora quer pegar o Vinicius no colo D. Ana?
- Imagine D. Zulma. Depois eu pego o menino. Pode ficar com ele, por enquanto.
- Então tá bem. Mas, quando você quiser é só pedir por que bem sei como é com o primeiro neto. Já tenho ... nem sei quantos netos são, meu Deus! Já perdi a conta!
Entre tantas risadas, peguei a minha sogra contando nos seus dedos. A prosa gostosa continuava e assim do nada a D. Zulma diz com aquele orgulho meio bobo de avó:
- São oito netos D. Ana. São seis meninos contando o Vinicius e duas meninas.
As duas mulheres sorriram e vejo que finalmente acharam aquela cumplicidade que antes da chegada do Vinicius não havia.
Os dias passam e a Vó Zulma procura distrair o neto mais novo com todas suas habilidades de avó que adquiriu com os demais sete netos.
Estávamos quase prontos para o nosso passeio de sábado no Parque da Água Branca quando me lembrei que tinha algumas toalhas para lavar. Pedi para minha sogra e o Carlos aguardarem alguns minutinhos enquanto colocava a máquina para bater. Ela sentou ao lado do neto e o filho foi buscar o seu boné no nosso quarto. Vendo aquele paninho dando sopa na cesta do carrinho, a Vovó nem pensou duas vezes. Foi logo cobrindo o rosto do netinho e logo em seguida, em questão de segundos, ao remover o paninho, cantou um, "ACHOU!"
Mas, qual não foi o espanto daquela mulher quando o bebê de cinco meses não correspondeu ao "ACHOU!" dela. Mas ela não se deu por derrotada. Ela queria ver aquele bebê sorrindo e dando gritinhos depois de tirar o paninho da cara dele, assim todo aquele teatrinho se repetiu: Vovó com paninho na mão, depois cobrindo o rosto do bebê e .... "ACHOU!" E mais uma vez silêncio total.
Vendo a decepção estampada na cara da mãe, o Carlos foi logo pegando o paninho e mostrando à mãe como nós brincávamos de "Achou!". Ele cobriu o rosto do Vinnie e ao tirá-lo cantou um: "Peek-a-boo! I see you!" e a criança se esbaldou naquelas risdinhas deliciosas que a gente não cansa de ouvir.
A minha sogra olhou com a cara bem feia para o filho e disse: "Nunca pensei que fosse ter que falar inglês para fazer o meu neto rir".
Naquele momento, me senti muito, muito mal. Ao pensar que aquela vovó queria arrancar risadinhas do seu neto e não havia conseguido, me fez sentir a mais criminosa das noras.
Expliquei que falava, cantava algumas musiquinhas e fazia brincadeiras como, "Peek-a-boo! I see you!" em inglês a fim do bebê aprender naturalmente um segundo idioma.
A minha sogra pareceu se conformar com a explicação e nos dias seguintes, aos pouquinhos, acabou aprendendo um pouco de inglês para interagir com o neto num segundo idioma.
Depois do ocorrido, fiquei mais atenta à escolha das brincadeiras e sempre procurava brincadeiras parecidas em inglês e português, assim o Vinnie aprenderia a brincadeira nos dois idiomas e euzinha não ficaria de saia justa novamente.