As artes e seu reflexo na releitura do mundo

Estava lendo um artigo do Júlio Maria no jornal O Estado de São Paulo (Estadão) de hoje, sobre o desaparecimento de estrelas da música, como David Bowie, BB Kings, etc... sob o título:

Os coveiros na era do funeral estelar: Leonard Cohen e a hora do adeus à última geração de imortais

Entre as suas escritas, ele mostra uma lista dos que inda estão vivos, todos acima de 60 anos... Recomendo a leitura dessa matéria, para dar mais consistência às impressões que aqui quis transmitir.

Publiquei no "meu perfil"do Facebook esse meu comentário.

Penso que estamos entrando em uma era de recessão nas artes em geral, nas formas de se mostrar ao mundo o quão mundano e menos belo ele, o mundo, tem se tornado. Ou ainda, pode ser que esse mundo é visto e mostrado de acordo com a visão de cada um, de acordo com sua vivência, enfim, tudo seria um somatório das experiências. Há que se cuidar para que essa nossa visão não esteja já com cataratas. O que quer dizer é que existe uma sensação de que ressurgirá tudo outra vez, mas em releitura diferente de tudo que já vimos até aqui na história da humanidade.

Estive conversando outro dia com um jovem monitor na exposição de Lina Bo Bardi, admirando os trabalhos da artista, falando de sua época, sua vida, do seu legado, quando comentei sobre essa minha sensação de que algo novo no mundo precisa acontecer: uma espécie de movimentos outros nas artes em geral, como reflexo de grandes mudanças na sociedade e que já ocorreu em vários momentos e que me parece estar prestes a acorrer (ou ocorrendo), quando tudo muda e as formas de ver, viver e representar o mundo, acompanha essa nova era. Ou essa mudança seria o fato de que nós é que estamos partindo também junto com tantas estrelas, pensando no novo e ao mesmo tempo saudosos... Em meio a tantas desordens, deve aparecer de novo o novo...

Não preciso dizer que o monitor olhava apenas acenando positivamente com a cabeça, mas demonstrando outra coisa de espanto no olhar, aquela minha divagação do momento, como quem diz: tá delirando, melhor não contrariar, cada doido que entra aqui...