Linhas Imaginárias: novas gerações
E foi assim que nos anos 60 e 70 aquela geração que questionava valores, princípios e regras da “normalidade” foi chamada de “transviados”. Cabelos compridos, jeans, rock, patchouli... LSD, maconha e a “inocente nicotina” com ou sem filtro. Era um “barato só, morou?”.
Questionavam Guerra do Vietnã e no Brasil, os mais ousados, a Ditadura Militar. Psicodélicos, questionadores ou só alienados amantes da “Jovem Guarda”. Irrefutavelmente sabiam se posicionar... até mesmo quem se dizia “neutro”. E hoje?
Por onde caminham as novas gerações?
Bastava exercitar a imaginação... traçar as clássicas “linhas imaginárias” aprendidas na escola: Coordenadas Geográficas: paralelos e meridianos. Lembrou-se dos tempos escolares enquanto aluno e professor.
Gerações haviam se sucedido enquanto aluno e, agora, aquela que estava diante de si para ser ensinada e que seria a última de sua carreira enquanto professor. Foi esta nova geração representada por aquela aluna que no meio da aula levantou o dedo. O mestre feliz porque alguém entre aqueles pupilos se interessara deu-lhe a voz:
- Professor, para que eu tenho que aprender sobre Fusos Horários se o que me interessa é ir à padaria da esquina buscar pão para minha mãe?
Desnecessário qualquer comentário. Esta (des)consideração encerra em si todo descompromisso e falta de habilidade de uma geração em lidar com o espaço que ocupa.
Ah, mas escola é mesmo chato! Há na pós-modernidade tantos outros espaços mais lúdicos como as academias em que se aprende tanto e tudo até dançar axé, funck e todos ritmos sensuais para se divertir nas baladas. E ali na sala de dança estava outra geração recém-saída da escola: universitários e recentes incluídos no mercado de trabalho.
Bastava exercitar a imaginação e traçar linhas imaginárias para o posicionamento da dança que se ensinaria naquela atividade aeróbica onde se daria o ensino da coreografia da aula de axé. Porém, esta nova geração, que tem todos os recursos para melhor se abstraírem a fim de entenderem os conceitos concretos do espaço que ocupa, não valoriza o ensino teórico para a vida prática. Se sentem perdidos e frustrados, sem referência alguma. Com tanto à disposição aproveitam o mínimo.
O ensaio começou com todos aqueles jovens se esbarrando e atrapalhando uns aos outros. Para melhor fruição da coreografia bastava traçar linhas imaginárias paralelas e perpendiculares e cada um estaria em seu ponto exato para bailar.
Aconteceu. Houve pisadas nos pés dos outros e esbarrões – até tombos e escorregões.
Bastava exercitar a imaginação para colocar em prática as coordenadas geográficas e melhor se divertir e usufruir da atividade lúdica.
O ensino/aprendizagem deve extrapolar a sala de aula. E se fazer para a vida quer para se divertir, quer para se construir, quer para produzir. Razão da existência humana: cultura para garantir a própria sobrevivência.
Por onde andam as novas gerações?
Talvez por caminhos menos neurotizantes que as gerações passadas que tiveram seus recalques e por isto avessas às mudanças sociais.
Talvez por caminhos que lhes privam de referências e por isto uma geração perdida pelos seus excessos.
Talvez...
É por isto que não habitamos mais as copas de árvores e primitivas cavernas. E foi uma delícia perder a inocência do Jardim do Éden. E ao perdermos o horizonte – linha imaginária – nos achamos no “Horizonte Perdido”.
Basta!
E foi assim que nos anos 60 e 70 aquela geração que questionava valores, princípios e regras da “normalidade” foi chamada de “transviados”. Cabelos compridos, jeans, rock, patchouli... LSD, maconha e a “inocente nicotina” com ou sem filtro. Era um “barato só, morou?”.
Questionavam Guerra do Vietnã e no Brasil, os mais ousados, a Ditadura Militar. Psicodélicos, questionadores ou só alienados amantes da “Jovem Guarda”. Irrefutavelmente sabiam se posicionar... até mesmo quem se dizia “neutro”. E hoje?
Por onde caminham as novas gerações?
Bastava exercitar a imaginação... traçar as clássicas “linhas imaginárias” aprendidas na escola: Coordenadas Geográficas: paralelos e meridianos. Lembrou-se dos tempos escolares enquanto aluno e professor.
Gerações haviam se sucedido enquanto aluno e, agora, aquela que estava diante de si para ser ensinada e que seria a última de sua carreira enquanto professor. Foi esta nova geração representada por aquela aluna que no meio da aula levantou o dedo. O mestre feliz porque alguém entre aqueles pupilos se interessara deu-lhe a voz:
- Professor, para que eu tenho que aprender sobre Fusos Horários se o que me interessa é ir à padaria da esquina buscar pão para minha mãe?
Desnecessário qualquer comentário. Esta (des)consideração encerra em si todo descompromisso e falta de habilidade de uma geração em lidar com o espaço que ocupa.
Ah, mas escola é mesmo chato! Há na pós-modernidade tantos outros espaços mais lúdicos como as academias em que se aprende tanto e tudo até dançar axé, funck e todos ritmos sensuais para se divertir nas baladas. E ali na sala de dança estava outra geração recém-saída da escola: universitários e recentes incluídos no mercado de trabalho.
Bastava exercitar a imaginação e traçar linhas imaginárias para o posicionamento da dança que se ensinaria naquela atividade aeróbica onde se daria o ensino da coreografia da aula de axé. Porém, esta nova geração, que tem todos os recursos para melhor se abstraírem a fim de entenderem os conceitos concretos do espaço que ocupa, não valoriza o ensino teórico para a vida prática. Se sentem perdidos e frustrados, sem referência alguma. Com tanto à disposição aproveitam o mínimo.
O ensaio começou com todos aqueles jovens se esbarrando e atrapalhando uns aos outros. Para melhor fruição da coreografia bastava traçar linhas imaginárias paralelas e perpendiculares e cada um estaria em seu ponto exato para bailar.
Aconteceu. Houve pisadas nos pés dos outros e esbarrões – até tombos e escorregões.
Bastava exercitar a imaginação para colocar em prática as coordenadas geográficas e melhor se divertir e usufruir da atividade lúdica.
O ensino/aprendizagem deve extrapolar a sala de aula. E se fazer para a vida quer para se divertir, quer para se construir, quer para produzir. Razão da existência humana: cultura para garantir a própria sobrevivência.
Por onde andam as novas gerações?
Talvez por caminhos menos neurotizantes que as gerações passadas que tiveram seus recalques e por isto avessas às mudanças sociais.
Talvez por caminhos que lhes privam de referências e por isto uma geração perdida pelos seus excessos.
Talvez...
É por isto que não habitamos mais as copas de árvores e primitivas cavernas. E foi uma delícia perder a inocência do Jardim do Éden. E ao perdermos o horizonte – linha imaginária – nos achamos no “Horizonte Perdido”.
Basta!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 23/01/2015.
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