Sobre Despedidas

Toma. Leva um pedacinho com você. Essa parte já lhe pertence. São coisas que a gente não escolhe, sabe? E se as escolhas são nossa sina, então que você leve com meu total consentimento. Vai doer sim, mas não importa. Já doía vez ou outra. É a vida que te leva e não o contrário, então, meu dever enquanto alguém que ama, é ficar feliz.

Ao longo dos fios que já foram cortados, e de mãos entrelaçadas diante de tantos mares, resta uma sublime lembrança das coisas que o tempo só fortalece, e a distância é só algo para nos provocar saudade. Principalmente quando se busca amor. Uma vez me disseram que amor era algo que fazia você se dar sem esperar nada de volta. “Mas que coisa besta!” pensei. Duvido que alguém defina, mas vou lhe contar um segredo: eu sou a favor do amor. Toma. Eu insisto, leve um pedaço.

Talvez você pudesse me deixar seu travesseiro. Quem sabe não encontro os teus sonhos escondidos lá dentro. Um dia eu sonhei junto. Eu desejei como uma criança deseja o natal. É por isso que acho lindo ainda ver olhos brilharem. Talvez nossas lembranças permaneçam nas... Enfim. Talvez elas permaneçam! Não se preocupe, este pedaço já era teu mesmo aqui no meu peito, e eu lhe garanto, ele não vai parar de bater.

Aprendi com o pôr do sol que o fim é sempre um recomeço. No mais, esqueça essa história de que nunca se deve voltar.

- Eu vou sentir saudade!

- E eu ficaria triste se você dissesse que não sentiria.

*Restaurado

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 17/11/2016
Reeditado em 17/11/2016
Código do texto: T5826105
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