Incertezas
Somos feitos de incertezas. As incertezas do tempo sempre estão ao nosso redor. Fazemos planos e mais planos, mas o tempo, assim como Deus, é que nos dá a resposta certa de tudo. Somos poetas a serviço da alma, do que vivemos, se alegria ou se dor, não importa, seremos sempre poetas, indecisos e duvidosos em relação à nossa própria capacidade.
Quantos e quantos textos que engavetamos? Quantas de nossas poesias que não nasceram?
Somos regidos por um senso comum natural dentro de nós. Pelas palavras construímos e também por elas destruímos num piscar de olhos. A delicadeza das coisas e a delicadeza dos poetas é que os fazem referenciais no mundo. Há controvérsias, mas é assim a naturalidade das coisas! Estamos longe da perfeição idealizada por muitos, mas estamos bem perto das incertezas que o tempo traz. Existe uma alma se desnudando pra que outras almas sejam vestidas. E enquanto vestimos as almas, enfeitamos a nós mesmos, nos coroamos de conhecimento e prazer. Toda palavra é bem-vinda, toda poesia vale a pena diante de uma alma gigante, seja ela de dor ou de alegria!
É giganteando na alma que nos tornamos construtores do nosso tempo, nos tornando cada vez mais pequenos diante das incertezas do tempo. Ele nos traz perguntas e respostas jamais pensadas. São nas incertezas que nos achamos e também são nelas que encontramos uma veia pra pegar. Não existe poeta vazio. Existem almas feridas à procura de versos que as encantem e as tirem de certa escuridão. Eis a proposta da poesia na vida: saber que as incertezas do tempo é que são nossas maiores conquistas.
Há esperança dentro dos homens, assim como em toda poesia ou enunciado. Há de se saber com qual alma gerir, com quais olhos analisar. É um toque, um cutucão, vindo de todas as partes! Se minhas incertezas fossem certezas, por certo nem um verso eu comporia.