Filhos
Todos somos filhos. Você que está lendo, obviamente é um filho. Não há como discordarmos.
Pais que se sacrificam para oferecer o melhor aos seus filhos. E que almejam vê-los crescer, desabrocharem, seguir os passos certos que a vida nos dá.
Nessa imensidão de tantos filhos espalhados pelo mundo afora, vemos algumas características e qualquer semelhança é mera coincidência.
Filhos que só aceitam na lista de convidados do seu aniversário, as pessoas que ele tem certeza que lhe darão brinquedos a roupas.
Filhos rebeldes que ao serem confrontados, disciplinados, esbravejam contra seus pais e garantem que um dia jamais tomarão essa atitude com seus próprios filhos – nada como o tempo, para vê-los agindo igualzinho!
Filhos expansivos. Que bom! Ele consegue expor seus sentimentos. Não guardam para si. Mas precisamos ensinar que tem hora e lugar para demonstrar a insatisfação e que não é na frente da vovó, nem da mãe da amiguinha.
Filhos que, apenas e tão somente para fazer graça, simulam um ataque epilético numa sala de aula, com apenas 7 anos.
Filhos que nos fazem entrar nas lojas esportivas e pedir uma chuteira para criança de 10 anos e ao informar o número 40 nos fazem sentir que falamos alguma bobagem.
Filhos que, ao observarem pela janela de casa a beleza da natureza agindo, ficam pasmos ao notar a presença de uma “mosca dupla”.
Filhos que escapam da mesa do almoço, sem ninguém perceber.
Filhos que calculam a sua idade mais o tempo de gestação e percebem que algo está errado diante de um vendedor qualquer.
Filhos que, com apenas três anos, chamam sua avó paterna e dizem, balançando o dedinho firme e a outra mãozinha na cintura: “o seu filho” está fazendo coisa errada.
Filhos que nos obrigam a sermos “bobos da corte” quando criamos nossos gestos e vocabulários “criancês”, ou então ao ensinar aos filhos que cavalo bebendo água não é mais “pocotó bebendo aguinha” e sim um mamífero quadrúpede consumindo H2O.
Filhos que nos enchem de orgulho quando vemos seus nomes das listas dos aprovados e mesmo não sendo aprovados, nos orgulhamos por terem tido a coragem de tentar.
Filhos que tem seus próprios filhos, dando às vovós uma saborosa sobremesa em forma de netos.
Filhos que nos ensinam a sermos filhos de verdade.
Filhos que nos mostram o real valor do que é amar.
Filhos são heranças do Senhor.
Enfim, Filhos. Fi-los porque qui-los. Ou não, foi simplesmente uma surpresa. Mas uma surpresa maravilhosa. E que cada um aguente o seu!
Eloisa Bocaiuva Santos